quarta-feira, 31 de outubro de 2012

Cultura neonazista EUA filho de 10 anos mata o pai

Julgamento de garoto que matou pai neonazista a tiros causa debate nos EUA

O caso está provocando polêmica nos Estados Unidos, pois os juízes terão de decidir se, ao ser criado por um homem que pregava o nazismo, o jovem conseguia discernir entre o bem e o mal.

Bandeira nazi 2

Homem de 32 anos que foi morto liderava na costa oeste o maior grupo neonazista dos EUA

Um menino de 12 anos de idade que matou seu pai, um líder de um grupo neonazista nos Estados Unidos, está sendo julgado a partir desta terça-feira no Estado da Califórnia.

O incidente aconteceu em maio do ano passado, quando a criança ainda tinha 10 anos de idade. Na madrugada do dia 1º, o menino foi à sala de estar, onde seu pai dormia, e o matou a tiros. Desde então, a criança está em um centro de detenção para menores aguardando o julgamento.

O caso está provocando polêmica nos Estados Unidos, pois os juízes terão de decidir se, ao ser criado por um homem que pregava o nazismo, o jovem conseguia discernir entre o bem e o mal.

"Os fatos levantam diversas questões mais filosóficas que, dependendo de como forem levadas em consideração pelo juiz, poderão determinar o resultado do julgamento", afirma o jornal americano The New York Times.

"Entre elas: se racismo virulento pode ser considerado uma espécie de abuso; se uma criança exposta a tanto ódio pode entender a diferença entre o certo e o errado, e se alguém que cresce em circunstâncias tão tóxicas pode ser culpada por querer uma saída."

 

Discussão e morte

O homem morto tinha 32 anos e era encanador, mas estava desempregado. Ele liderava na costa oeste o grupo neonazista Movimento Nacional Socialista, a maior organização do tipo nos Estados Unidos, com 400 integrantes em 32 Estados.

No dia anterior à sua morte, ele organizou um encontro em sua casa para discutir um plano para formar esquadrões armados na fronteira dos Estados Unidos com o México.

Um repórter do New York Times, que escrevia um artigo sobre grupos neonazistas, esteve presente no encontro e testemunhou uma discussão do pai com o filho.

O promotor Michael Soccio diz que o filho foi espancado pelo pai após o encontro, e que a criança teria dito a um familiar que mataria seu pai.

Soccio disse ao jornal americano que as ações do menino não têm nenhuma relação com nazismo, e que o caso é apenas um assassinato.

"Se isso tivesse acontecido com qualquer pessoa, não haveria dúvida de que se trata de um assassinato. Foi planejado. Foi premeditado. Foi levado a cabo a sangue frio. É um assassinato", diz o promotor.

Já os advogados de defesa defendem que o menino tem problemas psicológicos agravados por sua exposição à ideologia nazista e às surras que recebia de tempos em tempos.

"Este menino está condicionado à violência. É preciso se perguntar: este menino realmente sabia que esse ato era equivocado, baseado em todas essas coisas? Ele achou que estava fazendo o correto", disse o advogado Matthew Hardy.

Atualizado em  30 de outubro, 2012

http://www.bbc.co.uk/portuguese/noticias/2012/10/121030_neonazista_menino.shtml

São Paulo sitiada. EXISTE O SALVE?

SP: há muita novela em cima do 'salve', diz coronel do Choque

Cerca de 60 policiais da Rota e outros 40 da Polícia Civil realizaram, na manhã desta quarta-feira, uma operação na favela São Remo

"Há muita novela em cima do 'salve' (ordem para matar policiais), se criou uma neurose.

Cerca de 60 policiais da Rota e outros 40 da Polícia Civil realizaram, na manhã desta quarta-feira, uma operação na favela São Remo. Foto: Adriano Lima/Terra

Foto: Adriano Lima/Terra

O comandante da Tropa de Choque de São Paulo, coronel Cesar Augusto Morelli, procurou na tarde desta quarta-feira desmitificar as quadrilhas que atuam no Estado e que estariam por trás de uma onda com mais de 40 mortes. Para o oficial, os membros dos grupos criminosos "não sabem nem falar direito" e, portanto, não teriam capacidade de provocar mortes de forma organizada. "Há muita novela em cima do 'salve' (ordem para matar policiais), se criou uma neurose", declarou.

Morelli concedeu uma entrevista coletiva ao lado do titular da Delegacia de Homicídios e Proteção à Pessoa (DHPP), Jorge Carrasco, que disse ter solucionado 23 das mortes ocorridas nos últimos meses. Carrasco foi taxativo na relação dos assassinatos com a atividade policial de repressão ao crime, em especial ao tráfico, mas também engrossou o coro de que as facções não seriam articuladas a ponto de conseguirem provocar uma reação em cadeia. "Muitas pessoas estão aproveitando a situação para cobrar dívidas de jogo, de drogas, e quem não tem dinheiro paga com a vida", declarou.

Sobre uma lista, encontrada na tarde de terça-feira em Paraisópolis, os policiais afirmaram que contém "muita gíria", e que não seria possível ainda determinar se seriam mesmo nomes de policiais marcados para morrer. Entre os documentos, haveria até um plano de previdência de criminosos mortos durante a onda de assassinatos de 2006. Morelli voltou a desqualificar o material.

"Qualquer irmandade pode fazer uma gincana pra comprar feijão", disse. Ele afirma que a tropa está tranquila e que as recomendações são "as mesmas de sempre". "A principal é 'pôs arma na cinta, fica esperto'. Tem alguém que não gosta de você. Estando em situação de desvantagem, mesmo sem haver ataques, vai levar bala. 'Se desligar o cachimbo cai'", falou.

Para o comandante do Choque, não existe sequer o conceito de "crime organizado" em São Paulo, uma vez que as organizações criminosas deveriam estar infiltradas na sociedade civil, com penetração em partidos políticos, polícia e imprensa, o que para ele não está comprovado no caso da facção que atua em presídios paulistas e em áreas carentes do Estado. "Não é nenhuma máfia italiana, muitas vezes eles não sabem nem falar. Estão criando um glamour em cima disso, vamos glamourizar a família", pregou.

31 de outubro de 2012  6 HERMANO FREITAS
Direto de São Paulohttp://noticias.terra.com.br/brasil/noticias/0,,OI6269488-EI5030,00-SP+ha+muita+novela+em+cima+do+salve+diz+coronel+do+Choque.html

Repasse de recursos para os Quilombolas

Quilombolas começam a receber pagamento do PAA

Mais de R$ 100 mil vão ser repassados a agricultores familiares de comunidade remanescente de quilombo em Cavalcante (GO) que venderam sua produção ao governo federal

Programa de Aquisição de Alimentos da Agricultura Familiar (PAA).

Ubirajara Machado/MDS

Foto dos quilombolas de Cavalcante atendidos pelo PAA. Clique na Imagem para Ampliar

Recursos do PAA garantem comercialização da produção dos agricultores familiares da comunidade quilombola Kalunga

Ubirajara Machado/MDS

Foto da quilombola Áurea e seu marido, em Cavalcante. Clique na Imagem para Ampliar

Áurea dos Santos, 28: “Muitas vezes a banana que eu levava vinha ralando, porque a gente trazia da roça a cavalo. Aí o pessoal achava que estava estragado”.

Brasília, 31 – Os agricultores familiares da comunidade quilombola Kalunga, no município de Cavalcante, no noroeste do Goiás, já começaram a receber o pagamento do Programa de Aquisição de Alimentos da Agricultura Familiar (PAA). Os recursos liberados pelo Ministério do Desenvolvimento Social e Combate à Fome (MDS), que serão pagos até o fim deste ano, chegam a R$ 103 mil e vão beneficiar mais de 20 famílias.
Dona Lourença, que também recebe o Bolsa Família, é uma das beneficiadas. A produção dela é variada. No terreno que possui, ela planta alface, couve, banana e abóbora. Antes do PAA, parte da produção da agricultora era perdida. “A gente não conseguia vender, ou dava para os vizinhos ou perdia tudo, porque até mesmo pra gente era muita comida.”
Com a venda garantida, dona Lourença está recebendo aproximadamente R$ 1,3 mil por mês. O plano dela é investir cada vez mais no cultivo e aumentar a renda. “Eu quero juntar pra ver consigo produzir mais. Quero investir, preciso comprar os canos de irrigação e, então, a cada ano aumentar a produção.”
Áurea dos Santos, de 28 anos, também está conseguindo garantir a comercialização do que produz no campo. “Tem pepino, couve, cenoura”, conta. Assim como dona Lourença, ela tinha dificuldades em vender o que produzia. “Era muito difícil vender, o pessoal não comprava. Muitas vezes a banana que eu levava vinha ralando, porque a gente trazia da roça a cavalo. Aí o pessoal achava que estava estragado.”
De acordo com o secretário de Agricultura do município, Ricardo Galvão, 40% do público beneficiado com os recursos são mulheres. “O PAA incentivou bastante, principalmente as mulheres. 40% das produtoras são mulheres, que estão cada vez mais motivadas a trabalhar no campo.”
Destinação – Os alimentos são diretamente doados às escolas públicas, entidades socioassistenciais e redes de proteção a pessoas em situação de vulnerabilidade social. “Temos o Peti que é beneficiado. Estamos melhorando cada vez mais a alimentação nas nossas escolas. E também doamos às entidades, como o Centro Espírita, que fornece janta em três dias da semana às pessoas mais pobres”, conta o secretário.
Para o presidente da Associação Kalunga de Cavalcante, Florentino Xavier, a entrada do PAA na vida da comunidade está contribuindo para reduzir a situação de extrema pobreza local, estimulando o trabalho e combatendo a insegurança alimentar. “Está sendo muito importante para nós. As coisas finalmente começaram a funcionar. As pessoas estão mais motivadas, elas agora pensam em expandir, produzir cada vez mais em suas terras. Antes, quando a gente não conseguia vender o que produzia, ficava desanimado. Quanto mais produzirmos e comercializarmos, melhor pra gente e para as pessoas beneficiadas com esses alimentos de qualidade, produzidos sem agrotóxicos.”

31/10/2012 10:25

http://www.mds.gov.br/saladeimprensa/noticias/2012/outubro/quilombolas-comecam-a-receber-pagamento-do-paa

EUA eleição e a Supertempestade

Obama e Romney tentam ganhar votos com reação 'apolítica' a Sandy

Mitt Romney

Mitt Romney fez ato para ajudar vítimas em Ohio, Estado crucial na disputa eleitoral

A supertempestade Sandy que arrasou a costa leste dos Estados Unidos também interrompeu a campanha de democratas e republicanos rumo à Casa Branca a uma semana das eleições presidenciais.

O presidente Barack Obama cancelou sua programação eleitoral na quarta-feira para trabalhar nos esforços de reconstrução e ajuda às vítimas.

  • Já seu rival, o republicano Mitt Romney, teve um encontro com pessoas afetadas pela tempestade em Ohio, um dos Estados vistos como cruciais na disputa pela Casa Branca.

A corrida eleitoral foi interrompida em um dos momentos mais importantes da disputa. As pesquisas de opinião mostram que ambos os candidatos estão tecnicamente empatados.

Romney lidera algumas pesquisas de voto popular, mas Obama leva ligeira vantagem nos Estados indecisos que – pelo sistema eleitoral americano – definirão o resultado no pleito do próximo dia 6.

Roubando a cena de Romney

Para o editor da BBC nos Estados Unidos, Mark Mardell, ao mostrar liderança em um momento nacional de crise, Obama pode ser favorecido nas urnas por seu desempenho diante da tempestade.

Nesta semana, o presidente foi até elogiado por um importante republicano, o governador Chris Christie, de Nova Jersey, um dos Estados mais afetados pelo Sandy. Geralmente muito crítico do governo federal, Christie disse que Obama foi excepcional e merece grande crédito por superar toda a burocracia e levar ajuda rápida ao Estado.

Obama percorrerá nesta quarta-feira algumas das áreas atingidas pelo desastre ao lado do governador de Nova Jersey, que é visto como potencial nome entre os republicanos para concorrer à Casa Branca em 2016. Neste momento isso pode beneficiar Obama, segundo analistas políticos.

Romney, que vinha ganhando votos nas últimas semanas, tem poucas ferramentas para competir neste cenário. No entanto, ele mostrou que tem bom senso ao interromper sua campanha em Ohio para realizar atos de ajuda às vítimas.

O republicano conclamou seus partidários a levar comida enlatada e alimentos não perecíveis aos necessitados. No curto discurso que fez em Ohio, o republicano não falou de política.

Barack Obama

Para analistas, Obama ganhará mais votos se aparecer como presidente, e não candidato

"Agradeço ao fato do povo [da cidade] de Dayton ter se levantado esta manhã. Alguns foram ao mercado, como vejo, e compraram algumas coisas para essas famílias que necessitam", disse Romney.

"É parte do espírito americano dar aos que necessitam, e sua generosidade esta manhã me tocou o coração."

Ainda assim, o ato de Romney não foi totalmente apolítico. O presidenciável apresentou um vídeo com sua biografia, e trouxe até mesmo uma cantora de música country para se apresentar no local.

Agora as táticas de Obama e Romney devem mudar. O republicano deve retomar já nesta quarta-feira sua campanha pela eleição.

Já o presidente americano não retomará ainda o trabalho eleitoral. Na avaliação dos especialistas, o presidente pode ganhar muito mais votos neste momento se for visto trabalhando como presidente, em vez de candidato.

http://www.bbc.co.uk/portuguese/noticias/2012/10/121031_usa2012_sandy_campanhas_dg.shtml

Dia do Saci, com travessuras e gostosuras

 

por Chico Nunes*

Os movimentos culturais que escolheram o Saci como representante daqueles que lutam “por uma outra globalização”, levaram em consideração diversas qualidades atribuídas a este mito brasileiro. No dia 31 de outubro, apresentando-se como alternativa para o “Raloim”, o perneta expressa: a importância da diversidade étnica e a luta por uma sociedade economicamente mais equânime, culturalmente plural e politicamente democrática.

Os “Saciólogos” sabem que as bruxas sempre foram vítimas do patriarcalismo, do machismo e da misoginia. Portanto, não se trata de uma nova “caça às bruxas”, mas de um enfrentamento crítico ao imperialismo cultural, que não respeita as culturas locais e nem aceita a reciprocidade.

Algumas das travessuras do Saci estão relacionadas ao cavalo, porque no Brasil do período Colonial, quem andava a cavalo era a elite. Por isso, o Saci sempre dá tombos nos poderosos e embaraça a crina do cavalo para fazer montaria.

A figura do Saci remete a uma série de demandas sociais prioritárias para o Século XXI: a reparação dos danos causados pelo período de escravidão dos negros; a defesa das florestas e do meio ambiente; o respeito pelos portadores de deficiência; e a valorização da cultura popular.

Enfim, para crianças, jovens e adultos, o Saci firma-se como um dos principais símbolos das lutas sociais: passando rasteiras nos "de cima” e motivando os “de baixo” a não abandonarem o sonho de uma sociedade onde caibam todos!

*Mestre em Ciências Sociais e bacharel em Filosofia, matéria que leciona na faculdade Cásper Líbero. Chico coordena o "Café Filosófico” e é ativista de movimentos sociais e culturais, dentre eles, a "Sociedade dos Observadores de Saci".

http://umacascadenoz.blogspot.com.br/2012/10/dia-do-saci-com-travessuras-e-gostosuras.html

Exposições e peça teatral em Salvador

Exposições e peça teatral em Salvador valorizam a cultura africana

Todas as peças acontecem em homenagem ao mês da Consciência Negra.

Exposição Panteon aberta até o dia 30 de novembro, das 9h às 17h.


Aconteceu nesta quarta-feira (30) a exposição Panteon, na Casa do Benin, no Pelourinho, do artista plástico Francisco Santos. O baiano faz uma homenagem a Zumbi do Palmares, Jorge Amando e ao mês da Consciência Negra, através de 27 telas com os deuses do Candomblé e todo o mistério da religião africana. O evento é gratuito e fica aberto até o dia 30 de novembro, das 9h às 17h.

No mesmo local e na mesma hora, acontece também gratuitamente Indumentária Sagrada das Irmandades Negras: Uma Estética da Devoção, exposição de Mônica Silva.
Já nos dias 30 e 31, a Companhia de Teatro Metamorfose traz o espetáculo Rebento, às 20h, no Espaço Cultural, com entrada franca. Na peça são mostradas lendas africanas, valorização da cultura, tradições e afirmação étnica. De acordo com o site da Secretária de Comunicação da Prefeitura (SECOM), estas iniciativas são oferecidas pelo órgão, através da Fundação Gregório de Mattos (FGM).

Todas as peças acontecem em homenagem ao mês da Consciência Negra.

http://www.correio24horas.com.br/noticias/detalhes/detalhes-1/artigo/exposicoes-e-peca-teatral-em-salvador-valorizam-a-cultura-africana/

Pela Demarcação das Terras Guarani-Kaiowá

PELA DEMARCAÇÃO DAS TERRAS

Guarani Kaiowá no MS

DEFENDA ESSA IDÉIA!

 

Demarcação Garani

Liminar determinando saída dos

Guarani Kaiowá em MS é suspensa

Somos todos Guarani Kaiowa – Somos todos Zulmira

Guarani Kaiowá VITÓRIA!

 

SUSPENSA SAÍDA dos Guarani Kaiowá VITÓRIA!
Liminar que determinava saída dos Guarani Kaiowá em MS é suspensa

AGORA É LUTAR PELA DEMARCAÇÃO


Início de uma vitória do Povo Guarani Kaiowá com a ajuda de todos que se envolveram e pressionaram o governo através das redes sociais e atos de apoio pelo Brasil todo.

Vitória Garani

SUSPENSA SAÍDA dos Guarani Kaiowá VITÓRIA!

Liminar que determinava saída dos Guarani Kaiowá em MS é suspensa

AGORA É LUTAR PELA DEMARACAÇÃO

Início de uma vitória do Povo Guarani Kaiowá com a ajuda de todos que se envolveram e pressionaram o governo através das redes sociais e atos de apoio pelo Brasil todo.

Ministra Maria do Rosário participa de reunião do Comitê Nacional de Prevenção e Combate à Tortura (Elza Fiúza/Agência Brasil)

Segundo informou por meio do Twitter a ministra da Secretaria Nacional de Direitos Humanos, Maria do Rosário,  o governo federal conseguiu suspender nesta terça-feira (30), a liminar que determinava a reintegração de posse da tribo indígena Guarani Kaiowá em Mato Grosso do Sul.

“Acabamos de receber decisão judicial q suspende reintegração de posse do território dos Guarani Kaiowá. Recurso do Gov. Federal foi acatado!

Pelo Twitter, Maria do Rosário anuncia suspensão da retirada dos Guarani Kaiowá (Reprodução)

(sic)” , comemorou a ministra. Na sequência, ela complementou a informação. “De acordo com essa decisão, os indígenas ficam onde estão! Agora lutaremos p/agilizar o processo de estudos p/ demarcação desse território”.

Na tarde desta segunda, Maria do Rosário, que também preside o Conselho de Defesa dos Direitos da Pessoa Humana (CDDPH) recebeu em Brasília uma comissão de representantes da comunidade indígena, junto aos ministros José Eduardo Cardozo, da Justiça, e Luís Inácio Lucena Adams, da Advocacia-Geral da União (AGU).

Os conflitos envolvendo a comunidade Guarani Kaiowá se intensificaram após decisão da Justiça Federal do Tribunal Regional da 3ª região (TRF-3) de São Paulo que determinou a reintegração de posse das terras reivindicadas pelos indígenas a fazendeiros locais. No dia 16 de outubro, o Ministério Público Federal em Dourados apresentou recurso no TRF 3 para reformar a decisão.

EBC-30.10.2012 -

http://www.ebc.com.br/cidadania/2012/10/liminar-que-determinava-saida-dos-guarani-kaiowa-em-ms-e-suspensa

Guerra em São Paulo VIOLÊNCIA

Pelo menos três são mortos na madrugada desta quarta em SP

Crimes aconteceram nas zonas Sul, Oeste e Norte da capital.
Homem foi morto quando chegava em casa e comerciante na frente de bar.

 

Pelo menos três pessoas foram mortas entre a noite desta terça (30) e a madrugada desta quarta-feira (31) em São Paulo. Os crimes aconteceram nas zonas Sul, Norte e Oeste da cidade.

Na Zona Sul, o garçon Josué Manoel do Nascimento, de 37 anos, foi assassinado quando chegava ao condomínio onde morava, no Campo Limpo. Ele foi atingido dentro do carro. Um homem que estava em um veículo desceu, atirou pelo menos 12 vezes e fugiu. “Ele não tinha nada de inimigos mesmo. Era uma pessoa super tranquila. Uma pessoa do bem”, disse um familiar.

Na Zona Norte, Márcio Alves do Nascimento, de 31 anos, também foi alvo de vários disparos no Jaçanã. A polícia não sabe quantos suspeitos participaram do crime.

Na Zona Oeste da capital paulista, um comerciante foi assassinado na porta do próprio bar, no Jardim Arpoador. A polícia contou que homens passaram de carro e atiraram. O comerciante ainda tentou correr, mas não resistiu.

http://g1.globo.com/sao-paulo/noticia/2012/10/pelo-menos-tres-sao-mortos-na-madrugada-desta-quarta-em-sp.html

terça-feira, 30 de outubro de 2012

A África que nunca vimos…

 

A África que nunca vimos, ou que ninguem nos mostra

 

Imagens de cidades do continente africano que não são mostradas nos livros didáticos. Somente com uma boa pesquisa podemos ver o outro lado do continente africanos que não nos é mostrado.

 

Fafá M. Araújo em 26/07/2008

 

Contribuição de Ney Guarani-Kaiowá Didãn

Morto por PM no Rio. Causa estouro de um pneu

 

'Não dou 30 dias para matarem outro', diz pai de jovem assassinado por PM

Foto: Fábio Gonçalves / Agência O Dia

Robson ( esquerda) e Raunir (direita) são irmãos da vítima e estavam no carro | Foto: Fábio Gonçalves / Agência O Dia

Rio -  O corpo de Rafael Costa foi enterrado nesta segunda-feira à tarde no Cemitério de Irajá. Cerca de 350 pessoas, entre amigos e familiares, participaram do cortejo, marcado por muita emoção e revolta.
Muito abalada, a mãe do jovem, Rosana Thomas da Costa, desmaiou durante o velório. Pai de Rafael, Valmir não poupou críticas à PM do Rio.
“Eles têm que passar por uma reciclagem. Muitos não sabem manusear um fuzil. Mataram meu filho e eu não dou 30 dias para matarem outro”, disse Valmir.

Foto: Carlo Wrede / Agência O Dia

Rosana, mãe do rapaz fuzilado, momentos antes de desmaiar no enterro | Foto: Carlo Wrede / Agência O Dia

Ele questionou ainda a falta de apoio das autoridades: “Mesmo com a grande repercussão, ninguém nos procurou. O comandante disse que era lamentável. E se fosse o filho dele? Seria lamentável também?”.
Irmão de Rafael, Raoni, 16, gritou no funeral: “O cara está preso, bebendo água, e meu irmão, morto”. Após o enterro, houve protesto na Estrada do Quitungo, altura da Vila da Penha.

Som de estouro levou à morte

O som do estouro de um pneu pôs fim ao sonho de Rafael Costa da Silva, de 17 anos, de tornar-se salva-vidas do Corpo de Bombeiros.
Ele foi morto com um tiro de fuzil no pescoço, em Cordovil, pelo sargento Marcio Perez de Oliveira, de 36 anos, do 16º BPM (Olaria), que confundiu o barulho e abriu fogo contra o carro onde a vítima estava com outras cinco pessoas. Perez acabou preso e vai responder por homicídio doloso (quando há intenção de matar).

Foto: Fábio Gonçalves / Agência O Dia

Rafael Costa, 17, dirigia o carro da mãe quando foi baleado e morreu | Foto: Fábio Gonçalves / Agência O Dia

O comandante-geral da PM, coronel Erir Ribeiro Costa Filho, classificou o fato como ‘lamentável’ e afirmou que ‘os policiais só devem atirar quando há segurança, já que a principal missão da corporação é a preservação da vida’.
Pai de Rafael, Valmir Miguel da Silva, 53, acusou ainda um PM de colocar o dedo no ferimento do filho para tentar achar o projétil, além de desfazer a cena do crime.
“Foi uma covardia. O policial tinha que ter parado para ajudá-los, mas eles atiram antes de perguntar ou pedir para parar”, desabafou o pai, que é motorista da Confederação Brasileira de Futebol (CBF) e tem outros cinco filhos, sendo que dois deles, Raunir e Róbson Fernandes, de 17 e 19 anos, estavam no carro.
“Eles (PMs) não atiraram nem para o alto. Já vieram com fuzil pra cima da gente”, corroborou Róbson.
Na Divisão de Homicídios (DH), onde o caso é investigado, o sargento Marcio Perez confessou que confundiu o som do pneu com o de um tiro e disparou apenas duas vezes, embora o veículo estivesse com quatro marcas de bala (na coluna da porta do motorista, que atingiu Rafael; próxima ao para-lama direito; no vidro traseiro; e no vidro lateral esquerdo).
O policial foi encaminhado à Unidade Prisional de Benfica, antigo Batalhão Especial Prisional (BEP). Todas as armas dos policiais foram apreendidas e serão periciadas. Os investigadores também confirmaram que o disparo que acertou o estudante partiu do local informado pelo PM. Dez pessoas, entre elas os oito policiais, já foram ouvidas.

Foto: Alessandro Costa / Agência O Dia

Pneu do Fiat Idea da mãe da vítima estourou quando veículo caiu num buraco na Estrada Porto Velho, em Cordovil | Foto: Alessandro Costa / Agência O Dia

Na hora do tragédia, Rafael, que completou 17 anos recentemente, estava acompanhado dos irmãos por parte de pai e outros dois amigos, Rafael e Felipe — este chegou a ser atingido por estilhaços, mas passa bem.
Segundo Valmir, a mãe do rapaz, Rosana, havia emprestado o Fiat Idea para que ele fosse da Penha Circular, onde morava, até Cordovil, onde iria encontrar a namorada.

Advogado diz que família quer processar o Estado


De acordo com o advogado da família, Marcelo Branco, a intenção dos pais de Rafael é processar o Estado. Irmão da vítima fatal, Róbson Fernandes fez críticas à ação desastrada dos policiais militares:
“Não me lembro de nada, só ouvi os tiros. Saí do carro e me identifiquei como militar do Exército. Os outros também saíram, e fomos obrigados a deitar no chão. Vi o policial mexendo no meu irmão baleado dentro do carro. Eles encostaram a viatura para socorrê-lo. Aí eu disse: ‘Meu irmão não vai na caçapa, não. Ele não é bandido’. A população também não deixou que tirassem ele do carro”, relatou.
Valmir Miguel, pai do jovem morto, contou que, no local, um dos policiais, pelo telefone, avisava a seu interlocutor que caso alguém questionasse o que teria ocorrido, a informação que deveria ser passada era de troca de tiros. Além disso, disse ter sido vítima da ironia dos PMs, que debocharam da situação.

Perto da faixa-preta de boxe tailandês


Estudante do último ano do Ensino Médio, Rafael Costa era vice campeão brasileiro de boxe tailandês, segundo contaram amigos e familiares, e estava prestes a pegar a faixa-preta desta luta, conhecida mundialmente como muay thai.
“Poderia ter perdido três irmãos numa noite só. Não é a prisão do policial que vai tirar isso de mim, ainda me lembro do meu irmão caído no carro. Perdi um companheiro, uma pessoa que todo mundo gostava”, completou outro irmão da vítima, Rômulo, 22, na porta do Instituto Médico-Legal (IML), em São Cristóvão.
Rafael dirigia o Fiat Idea da mãe, na companhia de outros dois irmãos paternos e dois colegas, quando, ao passar por um buraco, furou o pneu. Encurralado por duas viaturas, ocupadas por oito PMs, os disparos começaram repentinamente.

POR FELIPE FREIRE / MARCELLO VICTOR / PALOMA SAVEDRA

http://odia.ig.com.br/portal/rio/n%C3%A3o-dou-30-dias-para-matarem-outro-diz-pai-de-jovem-assassinado-por-pm-1.508919

Enem pós-Lei de Cotas = 54% de negros e indígenas

 

Primeiro Enem pós-Lei de Cotas tem 54% de negros e indígenas

Proporção nacional de negros e indígenas na população brasileira é de 51%, próxima a este número

 

O primeiro Exame Nacional do Ensino Médio (Enem) após o decreto da Lei de Cotas, terá a participação de 54% de estudantes negros, pardos e indígenas. O número se aproxima à proporção encontrada na população brasileira, que é de aproximadamente 51%, de acordo com o último censo divulgado pelo Instituto Brasileiro de Pesquisas e Estatísticas (IBGE).

As provas do exame acontecerão no próximo final de semana, em 3 e 4 de novembro. Mais de 5,7 milhões de estudantes estão convocados para os testes, número recorde desde a criação do Enem. O exame nasceu para avaliar a qualidade do Ensino Médio, mas com mudanças em sua estrutura no ano de 2009, passou a ser considerado como forma de ingresso para quase todas as instituições de ensino federais do país.

De acordo com números do exame, só este ano, 1,5 milhão de candidatos estão terminando o Ensino Médio. Deste montante, quase 80% são de escolas públicas e, por direito, poderão concorrer às vagas reservadas para cotistas na nova Lei.

Como funciona

O decreto da Lei estabelece que seja destinado, no mínimo, 50% das vagas das universidades federais vinculadas ao Ministério da Educação (MEC) a estudantes que tenham cursado todo o Ensino Médio em escolas públicas, inclusive em cursos de educação profissional técnica, sob as seguintes condições:

I - As vagas serão reservadas a estudantes com renda familiar bruta igual ou inferior a um 1,5 salário-mínimo per capita; e

II - A proporção de vagas para negros, pardos e indígenas será dada de acordo com a proporção da população do Estado em que se localiza a universidade, segundo o último Censo Demográfico divulgado pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE).

No próximo vestibular, para ingresso em 2013, 12,5% do total de vagas deverão estar reservadas a estudantes cotistas. Este percentual sobe para 25% em 2014 e 37,5% em 2015. O prazo final para que o total de 50% seja efetivado é 30 de agosto de 2016.

*Com informações do jornal O Estado de S. Paulo

29/10/2012

http://guiadoestudante.abril.com.br/vestibular-enem/primeiro-enem-pos-lei-cotas-tem-54-negros-indigenas-712610.shtml

Estátua de Zumbi pichada no Rio de Janeiro

Estátua de Zumbi dos Palmares amanhece pichada no Rio de Janeiro

Monumento já tinha sido alvo de vândalos em 2010.
Homenagem simboliza luta contra o racismo.

Monumento a Zumbi dos Palmares, na Praça Onze, centro do Rio de Janeiro, amanhece pichado nesta segunda-feira (29) (Foto: Thiago Lara/Honopix/Folhapress)A menos de um mês do dia da Consciência Negra, comemorado em 20 de novembro, o monumento em homenagem a Zumbi dos Palmares, na Avenida Presidente Vargas, na Praça Onze, foi flagrado com a lateral direita pichada e xingamentos na manhã desta segunda-feira (29). A estátua, que  simboliza a luta contra o preconceito racial, já tinha sofrido atos de vandalismo em 2010. (Foto: Thiago Lara/Honopix/Folhapress)

http://g1.globo.com/rio-de-janeiro/noticia/2012/10/estatua-de-zumbi-dos-palmares-amanhece-pichada-no-rio-de-janeiro.html

Dificuldades para o negro subir à classe média

 

Negros precisam se esforçar mais para chegar à classe média

Pesquisa da Secretaria de Assuntos Estratégicos (SAE), que aponta população negra como maioria na classe média, foi debatida na SEPPIR em mais um encontro da série Rodas de Conversa

Negros precisam se esforçar mais para chegar à classe média

“O negro precisa ter maior escolaridade e trabalhar mais horas que o não negro para sair da classe baixa e conseguir chegar à classe média”, afirmou o subsecretário da Secretaria de Assuntos Estratégicos da Presidência da República (SAE/PR), Ricardo Paes de Barros, com base no Projeto Vozes da Classe Média. O estudo, realizado foi SAE/PR foi tema, na última quinta-feira (26), de mais uma edição da série Rodas de Conversa, promovida pela Secretaria de Políticas de Promoção da Igualdade Racial (SEPPIR).

A secretária adjunta de Avaliação e Gestão da Informação do Ministério do Desenvolvimento Social e Combate à Fome (MDS), Paula Montagner, participou da mesa, abordando o papel das políticas públicas a partir dos novos números do estudo da SAE.

Segundo Barros, os negros teriam ascendido mais rapidamente ao longo dos últimos 10 anos, caso tivessem maior escolaridade, ao contrário dos não negros que ocupam a classe média e possuem menor nível escolar. “O esforço que o negro tem que fazer para sair da classe baixa e chegar à classe média é muito maior que o esforço do não negro. O negro precisa estudar mais, trabalhar mais e ter mais adultos ativos na família para conseguir fazer esse movimento”, enfatizou.

De acordo com o projeto Vozes da Classe Média, há um equilíbrio nessa camada da população brasileira, formada 53% por negros e 47% por brancos e amarelos. Mas de acordo com o subsecretário, o número não significa a erradicação da desigualdade racial, uma vez que os negros compõem 69% da classe baixa e representam apenas 31% da classe alta, no que se refere à contribuição dos grupos socioeconômicos para a formação da classe média.

“Há de se observar que os negros representam quase 80% do aumento na classe média, o que, ao mesmo tempo, revela o quanto os negros estavam defasados em relação à população branca. Enquanto o negro comemora a entrada na classe média, o branco comemora a entrada na classe alta”, explicou Barros. O subsecretário também ressaltou que grande fatia do mercado informal é ocupada pelos negros, os quais recebem quase metade da remuneração recebida por um não negro.

De acordo com a representante do MDS, os novos dados indicam que as iniciativas governamentais voltadas para a população mais pobre, como transferência de renda, começam a surtir efeito. Montagner ressaltou que a discussão sobre a classe média põe novas cartas na mesa e obriga o governo a pensar melhor nas ações direcionadas para esse segmento. “Não somos uma sociedade homogeneizada, não há como fazer uma política pública única que beneficie toda a população”, afirmou a secretária.

Montagner também alertou que existe uma dificuldade em discutir classe média quando o assunto é juventude. “Os filhos dessa classe trabalham e estudam. Na escola, ainda estão chegando tardiamente, se dedicando intensamente ao trabalho. Devemos dar condições para que essa juventude possa se dedicar somente aos estudos, acumulando credenciais que no futuro lhes permitam trilhar uma carreira profissional”, concluiu.

29/10/2012

http://www.seppir.gov.br/noticias/ultimas_noticias/2012/10/negros-precisam-se-esforcar-mais-para-chegar-a-classe-media

segunda-feira, 29 de outubro de 2012

Programa USP NÃO REDUZ DESIGUALDADE RACIAIS

 

Programa de bônus da USP não reduz desigualdades raciais

“O Conselho Universitário discutiu o tema e aprovou que a instituição realizaria uma série de seminários para discutir o assunto. O primeiro será realizado no dia 4 de dezembro, as 14h no auditório da Faculdade de Medicina Veterinária e Zootecnia e está sendo organizado por uma comissão vinculada à Secretaria Geral da universidade.”

Denis Oliveira

A Pró-Reitoria de Graduação (PRG) da Universidade de São Paulo apresentou os dados preliminares sobre inclusão social na instituição com o objetivo de propiciar uma avaliação do Inclusp – programa que concede bônus a alunos de escolas públicas no vestibular da Fuvest. Segundo os dados apresentados pela PRG, no ano de 2012, 28,03% dos alunos matriculados na universidade vinham de escola pública. O pico do percentual de alunos de escolas públicas matriculados na universidade foi em 2009 (29,62%).

O Núcleo de Consciência Negra da USP vem lutando pela adoção de cotas raciais na universidade, com apoio de outras entidades do movimento negro como o Educafro, o Instituto Luiz Gama e o Ceert. Em sua última reunião, o Conselho Universitário discutiu o tema e aprovou que a instituição realizaria uma série de seminários para discutir o assunto. O primeiro será realizado no dia 4 de dezembro, as 14h no auditório da Faculdade de Medicina Veterinária e Zootecnia e está sendo organizado por uma comissão vinculada à Secretaria Geral da universidade.

Os dados apresentados pela PRG no tocante à questão racial indicam questões importantes para serem refletidas sobre este problema. O primeiro deles é o descompasso entre o percentual de alunos negros (pretos e pardos) e indígenas inscritos no vestibular e os matriculados (portanto, que foram aprovados no processo seletivo e entraram nos cursos). A tabela abaixo mostra que sempre há um descompasso entre estes números:

Ano
Inscritos
Matriculados
Dif.
2007
21,5%
13,7%
7,8
2008
20,1%
13,9%
6,2
2009
18,6%
14,5%
4,1
2010
16,6%
12,5%
4,1
2011
16,9%
13,6%
3,3
2012
18,4%
14,1%
4,3

Fonte: PRG/USP

A PRG não apresentou os dados de inscritos e matriculados dos outros grupos étnicos – brancos e amarelos – mas se deduz que, se há uma redução na participação percentual de negros e indígenas do grupo de inscritos para o grupo de matriculados, há um aumento da participação dos outros grupos. Em outras palavras, o processo seletivo da Fuvest opera como um mecanismo de branqueamento ou amarelização.
Foram apresentados, porém, dados referentes aos cursos de Medicina, Letras e Engenharia de todos os grupos étnicos. Com estes dados, é possível visualizar a situação de forma mais nítida.
No curso de Medicina, o percentual de negros inscritos no vestibular de 2012 foi de 16,4%; porém, entre os matriculados no curso, o percentual foi de 9,1%. Inversamente, entre os amarelos, havia 6,3% de inscritos, mas 16,7% de matriculados. Imaginando um universo de 1.000 vestibulandos disputando 20 vagas (a concorrência do curso de Medicina em 2012 foi de 52 por vaga); haveria 770 brancos, 167 negros, 63 amarelos. Após o processo seletivo, de cada 20 vagas, teríamos 15 brancos, 3 amarelos e 2 negros.
Assim, um em cada 20 amarelos passa, assim como um em cada 51 brancos. Entre os negros, apenas um em cada 80. Há, assim, quatro vezes mais chances de um amarelo passar no vestibular de Medicina que um negro.
Nas engenharias, a situação é semelhante. Em 2012, 74% os inscritos para a carreira eram brancos, 16% negros e 10% amarelos. Entre os matriculados naquele ano, 76% brancos, 8,9% negros e 15,2% amarelos. A concorrência no vestibular de 2012 foi de 16 por vaga aproximadamente. Por estes dados, foi aprovado um em cada 10,67 amarelos; um em cada 15,58 brancos e um em cada 28,45 negros. Há 2,66 vezes mais chances de um amarelo passar em engenharia que um negro. As chances de um branco passar são 1,82 vezes maiores que um negro.
Se há uma “amarelização” da Medicina e Engenharia temos um “branqueamento” no curso de Letras. Segundo os dados apresentados pela PRG/USP, em 2012, 69,9% dos inscritos no curso eram brancos, 24,8% negros e 4,9% amarelos. Dos matriculados, 77,5% eram brancos , 19% negros e 3,1% amarelos. A concorrência do curso foi de 3,89 por vaga.
Arrendondando a concorrência para 4 por vaga, de cada 400 alunos que disputariam 100 vagas, teríamos 280 brancos, 100 negros e 20 amarelos. Dos 100 matriculados, 77 seriam brancos, 19 negros e 3 amarelos. De cada 3,6 brancos um seria aprovado, contra um em cada 5,26 negros e um em cada 6,66 anarelos. Neste caso, as chances de um branco ser aprovado no vestibular de Letras é 1,45 vezes maior que um negro.
Assim, os dados preliminares apresentados pela Pró-Reitoria de Graduação da USP demonstram que o programa de bônus de pontuação a alunos de escolas públicas existente no vestibular da universidade não tem reduzido de forma  significativa as barreiras raciais. As assimetrias raciais que prejudicam a população negra continuam se reproduzindo, mantendo a desigualdade de oportunidades.
25/10/2012 | Publicado por Dennis Oliveira
http://revistaforum.com.br/quilombo/

Mia Couto o escritor

Ocorreu no dia 25 de 10 quinta-feira no auditório do CE - Universidade Federal de Pernambuco uma conversa com Mia Couto, conhecedor da da literatura moçambicana.

Extensão Ufpe

O correu no dia Irá 25/10 quinta-feira no auditório do CE  uma conversa com Mia Couto, conhecedor da da literatura moçambicana.
Portugal

05-07-1955

Mia Couto (Beira, Moçambique, 1955) é um dos escritores moçambicanos mais conhecidos no estrangeiro. António Emílio Leite Couto ganhou o nome Mia do irmãozinho que não conseguia dizer "Emílio". Segundo o próprio autor a utilização deste apelido tem a ver com sua paixão pelos gatos e desde pequeno dizia a sua família que queria ser um deles.

Nasceu na Beira, a segunda cidade de Moçambique, em 1955. Ele disse uma vez que não tinha uma "terra-mãe" - tinha uma "água-mãe", referindo-se à tendência daquela cidade baixa e localizada à beira do Oceano Índico para ficar inundada.

Iniciou o curso de Medicina ao mesmo tempo que se iniciava no jornalismo e abandonou aquele curso para se dedicar a tempo inteiro à segunda ocupação. Foi director da Agência de Informação de Moçambique e mais tarde tirou o curso de Biologia, profissão que exerce até agora. Foi recentemente entrevistado pela revista ISTOÉ.

 

Bibliografia

Estreou-se no prelo com um livro de Poesia - Raiz de Orvalho, publicado em 1983. Mas já antes tinha sido antologiado por outro dos grandes poetas moçambicanos, Orlando Mendes (outro biólogo), em1980, numa edição do Instituto Nacional do Livro e do Disco, resultante duma palestra na Organização Nacional dos Jornalistas (actual Sindicato), intitulada "Sobre Literatura Moçambicana".

Em 1999, a Editorial Caminho (que publica em Portugal as obras de Mia) relançou Raiz de Orvalho e outros poemas que, em 2001 teve sua 3ª edição.

Estreou-se nos contos e numa nova maneira de falar - ou "falinventar" - português, que continua a ser o seu "ex-libris". Nesta categoria de contos publicou:

Para além disso, publicou em livros, algumas das suas crónicas, que continuam a ser coluna num dos semanários publicados em Maputo, capital de Moçambique:

Em 2007 foi o vencedor do prêmio Zaffari & Bourbon de Literatura, na Jornada Nacional de Literatura.

Academia Brasileira de Letras

O escritor Mia Couto foi escolhido para ocupar, na categoria de Sócio Correspondente[1], a Cadeira número 5, que tem por Patrono Dom Francisco de Sousa. Sua eleição deu-se em 1998, sendo ali o sexto ocupante

Adaptado de http://cinema.sapo.pt/pessoa/mia-couto/biografia

Grande São Paulo 11 assassinatos na madrugada

Grande São Paulo tem pelo menos 11 assassinatos na madrugada

O número é muito maior que a média diária de seis mortes registrada este ano na região

 

Pelo menos 11 pessoas foram mortas a tiros entre a noite de sexta-feira e a madrugada de ontem na cidade de São Paulo e seu entorno. O número é muito maior que a média diária de seis mortes registrada este ano na região. Foi o terceiro dia seguido de violência na Grande São Paulo - entre a noite de quinta-feira e o final da tarde de sexta, ao menos 20 pessoas já haviam sido assassinadas.

Dos 11 assassinatos ocorridos desde a noite de sexta, cinco foram na capital, todos na zona leste. Mas o caso com maior número de mortes foi registrado em Carapicuíba, onde quatro homens morreram depois de serem atingidos por tiros disparados por um grupo que passou de carro em frente ao bar onde as vítimas estavam. Essa foi a 12ª chacina do ano na Grande São Paulo.

A polícia não informou se as vítimas tinham antecedentes criminais. Como no caso da chacina, boa parte dos crimes foi praticada por homens em motos ou carros, que passaram atirando. O primeiro assassinato ocorreu por volta das 22h45 de sexta. Quatro pessoas foram baleadas na esquina da rua General Dias com a rua Paracanã, Jardim Concórdia, na região da Penha (zona leste).

Segundo a polícia, dois homens em uma moto atiraram contra um grupo em um bar. Os feridos foram socorridos pela Polícia Militar e por testemunhas e levados a hospitais da região, mas dois morreram. Cerca de meia hora depois, no Cangaíba, também na zona leste, ocupantes de uma moto atiraram contra dois homens que conversavam na rua. Os dois morreram. A polícia investiga se os dois casos têm relação.

No Jardim Aurora, bairro do Lajeado, também na zona leste, policiais militares encontraram um homem já morto, ao lado de um córrego, no começo da madrugada.

Já em Barueri, cidade vizinha a Carapicuíba, onde ocorreu a chacina, dois homens passaram em uma moto e atiraram contra um casal de namorados e uma garota de 16 anos. O casal morreu na hora e a adolescente permane internada. A Secretaria da Segurança Pública informou apenas que os crimes já estão sendo investigados.

28.10.2012

http://www.correio24horas.com.br/noticias/detalhes/detalhes-1/artigo/grande-sao-paulo-tem-pelo-menos-11-assassinatos-na-madrugada/

FESTIVAL COMUNITÁRIO NEGRO ZUMBÍ – FECONEZU 2012

FESTIVAL COMUNITÁRIO NEGRO ZUMBÍ – FECONEZU 2012

Aparecida Sâo Paulo

Não ao Racismo – O Negro construindo a Inclusão e Integração Social

Surgimento seu significado e compromisso.


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O festival teve sua primeira edição em 1978, como resultado da discussão e atuação da FEDERAÇÃO DE ENTIDADES AFRO BRASILEIRAS DO ESTADO DE SÃO PAULO, que durante a década de 1970 cumpriu o papel fundamental de organizar e aglutinar grupos políticos culturais negros.
O festival é um encontro político cultural que acontece nas cidades do interior de São Paulo, que esse ano será realizado em Aparecida nos dias 16,17 e 18 de Novembro, é autônomo, respeita as ideologias e busca através da cultura popular fazer um mundo melhor e mais humano e que seja igual nos direitos e deveres. Pois o melhor do FECONEZU é a sua gente.

Programação do Evento:
Na Sexta - feira: 16/11/2012
Abertura solene será no UMUARAMA CLUBE ás 19:00h com participação das autoridades da cidade, dos grupos e entidades negras.
Logo em seguida teremos a apresentação de grupos artísticos e danças.
Terminando as apresentações alguns integrantes seguiram em caminhada até a Pedra Fundamental, que institui em Aparecida a Comunidade Negra – SOCIEDADE DO CENTRO CULTURAL AFRO-BRASILEIRO NAMÍBIA.
No Sábado: 17/11/2012
Haverá atividades o dia todo com salas de debate sobre os temas:
• Segurança Pública
• O papel da mulher na sociedade e suas conquistas
• Política Pública para Cultura
• Educação e Cultura
• Saúde da População Negra
• Identidade Negra no Século XXI
• Educação e Cultura para Juventude através da música e dança, e orientação de prevenção e combate a drogas.
• Oficinas de trançadeiras, literatura infantil e Hip Hop
A partir das 19:00 h teremos novamente apresentações artísticas, como apresentação de JONGO, CONGADA, CAPOEIRA, SAMBA e ATABAQUES.
No Domingo: 18/11/2012
Haverá oficina de Samba Rock e um pequeno concurso, logo em seguida será servido o almoço com a apresentação da Banda Zyon e a finalização do evento.
IMPORTANTE:
CONFIRMAR SUA PRESENÇA
TRAZER COLCHONETE
TRAZER ROUPA DE CAMA E BANHO
TAXA SIMBÓLICA DE $ 5,00(cinco reais)
Contatos Denise Souza Carlos Alexandre
(12) 3013 26 71 (12) 9634 2827 (12) 9758 08 24
Participe!

domingo, 28 de outubro de 2012

Dois Irmãos no RS será comandando por mulher negra

Eleição de Tânia Terezinha da Silva quebra preconceitos

Dois Irmãos será único município do RS a ser comandando por mulher negra

Tânia Terezinha da Silva comandará Dois Irmãos. Clique e veja mais fotos Crédito: Vinicius Roratto

Tânia Terezinha da Silva comandará Dois Irmãos. Clique e veja mais fotos
Crédito: Vinicius Roratto

O município de Dois Irmãos, no Vale do Sinos, 53 anos depois da sua emancipação, entra para a história política do Rio Grande do Sul ao eleger pela primeira vez uma prefeita. A administração da cidade ficará com a técnica de enfermagem Tânia Terezinha da Silva, 49 anos, no mínimo, pelos próximos quatro anos (2013 a 2016). Filiada ao PMDB desde 1995, ela recebeu 9.450 votos dos eleitores no dia 7 de outubro.

 

O que chama atenção na eleição desta mulher negra e com dreadlocks — forma de se manter os cabelos que se tornou mundialmente famosa com o movimento rastafári —, é que Tânia está em um município onde predominam descendentes de alemães. A escolha coloca a futura prefeita ao lado de políticos negros como Alceu Collares — prefeito de Porto Alegre de 1986 a 1989, governador de 1991 a 1995 e deputado federal por cinco mandatos —, e do ex-deputado estadual Carlos Santos (falecido em 1989), que assumiu por duas vezes interinamente o governo gaúcho em 1967.

 

 

Tânia teve uma grande conquista porque, das 35 mulheres eleitas no Rio Grande do Sul, é a única negra, de acordo com levantamento da Federação das Associações de Municípios do RS (Famurs). O Estado tem 497 municípios. Com forte militância na área da saúde e da assistência social, ela conquistou a confiança da comunidade de Dois Irmãos, principalmente na zona rural do município, onde trabalhou nos postos dos bairros São João e Travessão e na emergência que funciona 24 horas.

Além disso, foi eleita três vezes vereadora do município. Em 2008, entrou para a história de Dois Irmãos como a mais votada da cidade, com 2.055 votos. A marca até hoje não foi superada por nenhum candidato. Em 2010, uma nova alegria: foi a primeira mulher a presidir a Câmara Municipal. “Tanto no Legislativo quanto nas unidades de saúde, minha proposta sempre foi resolver o problema das pessoas. Atendia todos e buscava uma solução para o pedido de cada morador da cidade”, comenta.

Para Tânia, é fundamental dar importância ao que as pessoas estão falando e, segundo ela, esse foi o diferencial em 2012. Ela acredita que três paradigmas foram quebrados: o fato de ser a primeira mulher a concorrer à prefeitura, ser negra e divorciada. “A população queria algo novo, forte e diferente. A competência e o trabalho em favor da população de Dois Irmãos transcendeu a cor da pele.”

Tânia recorda que começou a sentir que a vitória estava próxima quando faltavam 15 dias para o pleito. “Os moradores começaram a ligar para o comitê atrás de adesivos e placas para colocar nas suas casas”, lembra.

Na quinta-feira, Tânia reassumiu suas funções no posto de saúde do bairro Travessão. Ela tem dividido seu tempo com os filhos que moram com ela em Dois Irmãos. Pablo e Hohana cursam Biomedicina e Enfermagem, respectivamente, na Feevale. Além disso, trata com o vice-prefeito Jerri Adriani Meneghetti (PP) e assessores detalhes para a posse no dia 1° de janeiro de 2013.

Popularidade de Tânia impressiona

Natural de Novo Hamburgo, Tânia Terezinha da Silva desfruta de uma popularidade impressionante em Dois Irmãos, onde reside desde 1994. Durante um passeio pela Praça do Imigrante, um dos seus locais preferidos no município, onde residem 27 mil habitantes, a futura prefeita agradeceu aos moradores pela votação. “O cabelo é um sucesso, principalmente entre as crianças, que adoram tocar”, conta.

Tanto entre os empresários quanto entre sindicalistas e a população, a expectativa é que a prefeita tenha um olhar igual para todos. O presidente da Câmara de Dirigentes Lojistas (CDL) de Dois Irmãos, Ademir Berlis, ressalta que Tânia já provou que sabe trabalhar e dar atenção à população, como já ocorreu na área da saúde. “Tomara que ela leve esse conceito para a administração pública, porque estamos cansados de gestores seguros demais”, observa.

Segundo ele, a futura prefeita é uma pessoa humilde e de olhar diferenciado. Segundo Berlis, o povo de origem alemã é duro e conservador, muitas vezes, mas é hospitaleiro. “Teremos o governo de uma mulher competente, que alia seriedade e trabalho”, destaca Berlis.

O presidente do Sindicato dos Trabalhadores Rurais de Dois Irmãos e Morro Reuter, Pedro Joãozinho Becker, diz que a entidade sempre defendeu uma maior participação da mulher na administração pública. “Demorou mais de cinco décadas para chegarmos a esse momento de uma mulher no comando da cidade. Estamos torcendo para a gestão dela ser um sucesso”, confidencia.

Passeando na Praça do Imigrante, o aposentado Irineu Eich acredita que Tânia Terezinha terá uma atenção especial e mais humana “com pretos, brancos, pobres e ricos”.

Nos dias de folga, a prefeita eleita gosta de se encontrar com amigos para a tradicional roda de chimarrão e um bate-papo. Igualmente não despreza uma boa música. É fã de Gilberto Gil, Alcione, Maria Bethânia e Gal Costa.

 

‘Respeita e sabe ouvir’

 

Na Praça do Imigrante, em Dois Irmãos, um aposentado com um forte sotaque alemão observava com atenção os cumprimentos dos eleitores à futura prefeita e fez o seguinte comentário: “O povo alemão é duro, exigente, mas sabe reconhecer uma Schwarze Frau (mulher negra) que respeita as pessoas e sabe ouvir, o que é o caso da prefeita Tânia Terezinha”.

Fonte: Cláudio Isaías / Correio do Povo

http://www.correiodopovo.com.br/Noticias/?Noticia=472500

sábado, 27 de outubro de 2012

O Contestado - Restos Mortais

 

 

Sylvio Back volta a investigar a Guerra do Contestado

Depois de quatro anos de guerra, envolvendo milhares de posseiros, pequenos proprietários, comerciantes, autoridades municipais, índios, negros, imigrantes europeus e fanáticos religiosos versus forças militares, coronéis e seus jagunços,  sobrou o trágico saldo de mais de 20 mil mortos.

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Um filme de Sylvio Back

O diretor retoma o tema trabalhado em A Guerra dos Pelados, de 1971, mas de forma surpreendente: relatos são feitos por mensagens espirituais transmitidas por trintas médiuns. Em outro documentário, em que aborda o suicídio do pintor Miguel Bakun, Back já havia recorrido ao transe mediúnico.

 

A estreia nacional do filme coincide com o registro de cem anos do início do conflito entre Paraná e Santa Catarina, deflagrado em 22 de outubro de 1912 no Combate do Iraní. Depois de quatro anos de guerra, envolvendo milhares de posseiros, pequenos proprietários, comerciantes, autoridades municipais, índios, negros, imigrantes europeus e fanáticos religiosos versus forças militares, coronéis e seus jagunços,  sobrou o trágico saldo de mais de 20 mil mortos.

Sylvio Back volta a investigar a Guerra do Contestado

 

clip_image003 Milícia a serviço dos "coronéis" do Contestado. Foto de Claro Jansson

Um dos mais importantes e provocativos documentaristas brasileiros, Sylvio Back está amolando o sabre para mais uma investida no cipoal de mitificações da História do Brasil. Dessa vez, será a Guerra do Contestado, que empapou de sangue o sertão catarinense entre 1912 e 1916. Às vésperas das filmagens de O Contestado – Restos Mortais, O episódio já havia sido objeto de um filme de ficção de Back, A Guerra dos Pelados (1971), sua maior aproximação à vertente glauberiana do Cinema Novo.

O Contestado - Restos Mortais" é o registro detalhado sobre esta guerra centenária, ocorrido no estado do Paraná e de Santa Catarina. O documentário dirigido por Sylvio Back conta com os depoimentos de historiadores e médiuns incorporados, relatando as batalhas de um povo

quarta-feira, 24 de outubro de 2012

REPARE BEM documentário estréia em 4 salas em SP

Documentário de Maria de Medeiros mergulha no período da ditadura militar brasileira

Como um convite à verdade e ao passado submerso de histórias pessoais atravessadas pelo regime ditatorial brasileiro nos anos 1970, o documentário “Repare Bem”, de Maria de Medeiros, chega às telas de cinema dentro da 36ª Mostra Internacional de Cinema de São Paulo. O filme estreia nesta terça (23), no Espaço Itaú de Cinema Frei Caneca, segue para a sala 1 da Livraria Cultura na quarta (24), para a Sala BNDES da Cinemateca no sábado (27) e, por último, para o Cinesesc na segunda (29).

Veja horários e outras informações no serviço.

O filme, de noventa e cinco minutos, foi gravado no Brasil, Itália e Holanda, entre janeiro e outubro de 2011, resgatando a trajetória da família de Denise Crispim, sua filha Eduarda Ditta Crispim Leite e seu ex-companheiro Eduardo Leite, o “Bacuri”, torturado por 109 dias e assassinado pelos militares. Os relatos e personagens da trama desvelam os aspectos mais cruéis desse período da história brasileira, em um documentário que contribui para os crescentes debates sobre o resgate da memória no Brasil e a reparação das famílias brutalizadas pelo Estado.

Realizado pelo Instituto Via BR com recursos da Comissão de Anistia do Ministério da Justiça do Brasil, o documentário também expõe a atuação dessa Comissão, seus desafios e prioridades no processo de reparação das famílias das vítimas da ditadura.

“Repare Bem” integra o projeto “Marcas da Memória” da Comissão de Anistia, tem parceria da Cinemateca Brasileira e apoios da Fadepe-JF (Fundação de Apoio e Desenvolvimento do Ensino da Pesquisa e Extensão de Juiz de Fora), CNTE (Confederação Nacional dos Trabalhadores em Educação), Fitee (Federação Interestadual dos Trabalhadores em Estabelecimentos de Ensino), Sindicomerciários Caxias do Sul (Sindicato dos Empregados no Comércio de Caxias do Sul) e Sindicato dos Metalúrgicos de Caxias do Sul e Região.

SINOPSE

Tratou-se de postar as câmaras diante de Denise Crispim e de sua filha, Eduarda Ditta Crispim Leite, e de receber com enorme emoção os seus extraordinários testemunhos. Foi em Roma e em Joure, no norte da Holanda, bem longe do Brasil. No entanto, as suas palavras, que falam de exílio e de memória, levam-nos a um mergulho profundo na história brasileira, dos anos 70 até a atualidade.

Denise Crispim já nasce clandestina em 1949. Seus pais, extremamente politizados, toda a vida lutaram por uma sociedade mais justa e são por isso perseguidos por sucessivas ditaduras. Aos 20 anos, Denise conhece o jovem guerrilheiro Eduardo Leite, “Bacuri”, famoso por sua valentia e audácia, e com ele entra em uma militância mais arriscada. Denise está grávida de seis meses quando cai nas mãos do aparelho repressivo. Seu irmão Joelson acaba de ser assassinado aos 22 anos pela polícia, sua mãe, Encarnación, está presa.

Pouco antes do nascimento da pequena Eduarda num hospital militar, rodeada de policiais, Eduardo Leite, seu pai, é também preso, torturado barbaramente durante 109 dias e assassinado. Com a sua criança recém nascida nos braços, Denise consegue asilo político na embaixada chilena e de lá viaja para Santiago, onde reencontra seus pais, ambos exilados nesse momento. Porém, a família é de novo apanhada por um golpe de Estado militar, o de Augusto Pinochet. Cada um se refugia como pode em diversas embaixadas e Denise e Eduarda acabam por fugir para a Itália.

Denise, sobrepondo-se a muito sofrimento, reconstrói sua vida em Roma onde Eduarda cresce como uma jovem italiana. Hoje, ambas foram anistiadas pela Comissão de Anistia e Reparação no Brasil. Eduarda, mãe de duas meninas e residente na Holanda, recebe o valor simbólico desta “Reparação” como o dom de uma nova vida. O relato de suas histórias convida-nos a uma reflexão sobre os movimentos ideológicos e a luta pela justiça entre a “Velha Europa” e as Américas.

SOBRE MARIA DE MEDEIROS

Cineasta, atriz e cantora, a portuguesa Maria de Meadeiros, é reconhecida no cinema por estrelar clássicos como Pulp Fiction (1994), Henry & June (1990), por dirigir o premiado Capitães de Abril (2000) e outros quatro filmes. Já recebeu o Globo de Ouro nos Estados Unidos e a Coppa Volpi em Veneza, ambos como melhor atriz.

Interessada no tema dos direitos humanos e das resistências populares, teve Capitães de Abril indicado ao festival de Cannes, vencedor do Globo de Ouro (2001) e da Mostra Internacional de São Paulo (2000) como melhor filme. O longa retrata a Revolução dos Cravos em Portugal. Maria de Medeiros foi nomeada Artista da UNESCO para a Paz em 2008, sendo a primeira portuguesa a assumir este papel.

SOBRE INSTITUTO VIA BR

O Instituto Via BR é uma entidade sem fins lucrativos que tem como objetivo criar e desenvolver ações e projetos nas áreas da cultura, educação, cidadania, trabalho, esporte, saúde e meio ambiente. Fundado pelo anseio de alguns jovens interessados em discutir políticas públicas e preocupados com a questão social brasileira, o Via BR tem o Brasil como eixo central de participação e atua em suas mais diversas esferas.

SOBRE A COMISSÃO DE ANISTIA

O Ministério da Justiça criou, em 2001, um órgão responsável pela reparação às vítimas na época de opressão no Brasil. Trata-se da Comissão de Anistia. Ela tem como objetivo analisar os pedidos de indenização formulados pelas pessoas que foram impedidas de exercer atividades dentro do país por motivação exclusivamente política desde setembro de 1946 até outubro de 1988. A comissão tem vínculo direto ao Gabinete do Ministro da Justiça, é composta por 24 conselheiros nomeados (e presidida pelo professor universitário e doutorando na PUC/RJ Paulo Abrão Pires Júnior.

SERVIÇO

Estréia do documentário “Repare Bem” de Maria de Medeiros

2012, 95 minutos (Brasil– França – Itália)

36ª Mostra Internacional de Cinema de São Paulo

23 de outubro às 21h no Espaço Itaú de Cinema – frei Caneca Sala 1

24 de outubro as 17h40 na Livraria Cultura – Sala 1

27 de outubro as 19h50 na Cinemateca – Sala BNDES

29 de outubro às 14h no CINESESC

Ingressos Individuais

Segundas, terças, quartas e quintas: R$ 15,00 (inteira) / R$ 7,50 (meia)

Sextas, Sábados e Domingos: R$ 19,00 (inteira) / R$ 9,50 (meia)

http://www.une.org.br/2012/10/um-convite-a-verdade-repare-bem-estreia-em-sp-em-quatro-salas/

segunda-feira, 22 de outubro de 2012

Políticas de acolhimento para cotistas

MEC vai elaborar modelo nacional de políticas de acolhimento para cotistas

 

O Ministério da Educação (MEC) pretende encaminhar às 59 instituições federais de ensino superior do país um modelo nacional de políticas de acolhimento para alunos que ingressarem por meio das cotas sociais. De acordo com a regulamentação da Lei de Cotas (Lei nº 12.711), as universidades precisarão pensar em formas de orientar os novos estudantes durante o ensino superior.

O acompanhamento poderá ser feito por meio de comissões, provas de nivelamento, tutorias com alunos bolsistas da pós-graduação, monitorias, nivelamento de disciplinas, e até mesmo aumento de distribuição de bolsas e auxílios sociais.

No modelo nacional constarão orientações de acompanhamento e assistência para os alunos. "Existe um modelo de aplicativo de universidades coreanas, por exemplo, que indica em que áreas os alunos estão defasados e mostra a disciplina que o estudante deve fazer. É algo de grande valia e que podemos implementar aqui", disse o ministro da Educação, Aloizio Mercadante, em entrevista na tarde desta segunda-feira (15). Ele esclareceu que um dos objetivos do programa de cotas sociais é estimular o crescimento da educação e aprimorar as políticas de assistência estudantil.

A preocupação do ministério é de que os estudantes contemplados pelo processo tenham dificuldade em acompanhar o ritmo de atividades da universidade devido à defasagem nos estudos durante o ensino médio. Confiante com o sucesso da Lei, no entanto, Mercadante afirmou que os alunos vão ter que estudar muito, mas que terão uma oportunidade única de obter excelente desempenho e se sobressaírem. “Vai ser a conquista de famílias que nunca tiveram muitas oportunidades. Motivo de sucesso e de orgulho”, defendeu.

Além disso, segundo a portaria que regulamenta a Lei, o MEC instituirá o Comitê de Acompanhamento e Avaliação das Reservas de Vagas nas Instituições Federais de Educação Superior e de Ensino Técnico de Nível Médio. O comitê será composto por representantes do MEC, da Secretaria de Políticas de Promoção da Igualdade Racial da Presidência da República e da Fundação Nacional do Índio (Funai). Anualmente, o grupo deverá enviar relatório de avaliação de implementação das reservas de vagas da Lei.

Brasília

A Universidade de Brasília (UnB) já definiu a forma de acompanhamento dos alunos que entrarão pelo novo processo de cotas. Eles serão acompanhados por um grupo de monitoramento, supervisionado pelos decanatos de Ensino de Graduação e de Assuntos Comunitários da instituição. O objetivo é evitar que os alunos cotistas oriundos de escolas públicas, em especial aqueles de baixa renda, deixem a universidade. Será preciso, por exemplo, aumentar a oferta de moradia, alimentação subsidiada e bolsas de tutoria.

Publicação: 15/10/2012

http://www.correiobraziliense.com.br/app/noticia/eu-estudante/ensino_ensinosuperior/2012/10/15/ensino_ensinosuperior_interna,328214/mec-vai-elaborar-modelo-nacional-de-politicas-de-acolhimento-para-cotistas.shtml

Entrevista com Angela Davis 2009

 

Entre 21 e 23 de novembro de 2012 estará sendo realizado o Fórum Internacional 20 de novembro Recôncavo, Entre os palestrantes, Ângela Davis, integrante do “Panteras Negras” e do Partido Comunista dos Estados Unidos teve um dos mais polêmicos e famosos julgamentos criminais da história americana.

Angela Davis Colagem

 

Essa entrevista é de agosto de  2009 quando Angela esteve na Bahia - Brasil

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8 de agosto de 2009 – entrevista em “A TARDE”

 

“Quando Obama visitar o Brasil, vai aprender algumas lições”

“Aos 65 anos, Angela Davis continua a mostrar por que se tornou um ícone do movimento negro norte-americano nos anos 1970. Bastam minutos de conversa com a hoje pesquisadora e professora da Universidade da Califórnia, em Santa Cruz (EUA), para perceber a sua facilidade em expor, numa linguagem clara, linhas de raciocínio complexo, fruto do aprofundamento que marca sua produção acadêmica. Um exemplo é quando explica a visão que tem do feminismo, para além do embate de gênero. A jovem ativista de outrora continua também a fascinar a juventude. Este segmento foi o público mais constante nas palestras que ela realizou, na última semana, em Salvador, como convidada da XII Edição da Fábrica de Ideias, programa anual sediado no Centro de Estudos Afro-Orientais da Universidade Federal da Bahia (Ceao/Ufba ). Coordenada pela doutora em sociologia Ângela Figueiredo e pelo doutor em antropologia Lívio Sansone, a Fábrica oferece treinamento para jovens pesquisadores em estudos étnicos. Angela Davis, inclusive, discorda de quem costuma apontar a juventude do mundo atual como apática, do ponto de vista político. Para ela, cada geração tem sua forma própria de atuação. “A minha postura é a de aprender com os jovens, porque sempre são eles que provocam as mudanças radicais”, afirma. Nesta entrevista concedida à repórter Cleidiana Ramos, com o auxílio da tradutora Raquel Luciana de Souza, Angela Davis falou, dentre outros assuntos, sobre as lições que o governo brasileiro pode oferecer a Barack Obama, em relação a uma política de maior aproximação com a África.

A TARDE – É a segunda vez que a senhora vem à Bahia. O que notou sobre a questão racial e de gênero aqui?
Angela Davis – O termo feminismo é ainda bastante contestado, como também é contestado nos EUA. Mas, eu descobri que há mulheres ativistas que estão fazendo um trabalho bastante semelhante. Então, nesse sentido, não faz diferença como uma pessoa se identifica. Tem mulheres que estão trabalhando nessas questões de violência contra a mulher, assistindo vítimas dessa violência e, ao mesmo tempo, pensando em formas de se erradicar um fenômeno que é uma pandemia por todo o mundo. São questões que eu acredito que perpassam as fronteiras nacionais. Acredito que ativistas nos EUA podem aprender muito com ativistas aqui do Brasil.

AT – Ao que a Sra. atribui a resistência ao termo feminismo?
AD- Há essa resistência ao termo feminismo porque pressupõe-se que se adotem posições vazias. Há posições antimasculinas, anti-homem. Quando feministas brancas formularam pela primeira vez essa noção de direitos das mulheres, elas estavam somente prestando atenção à questão de gênero e não prestavam atenção à questão de raça e de classe. E nesse processo elas racializaram gênero como branco e colocaram uma questão de classe como uma classe burguesa, mas as feministas negras argumentaram que você não pode considerar gênero sem considerar também a questão de raça, a questão de classe e a questão de sexualidade. Então isso significa que as mulheres têm de se comprometer a combater o racismo e lutar tanto em prol de mulheres como de homens.

AT – É uma visão bem diferente daquela que a maioria das pessoas tem sobre feminismo.
AD- O tipo de feminismo que eu abraço não é um feminismo divisivo. É um feminismo que busca a integração. Mas, como disse anteriormente, estou mais preocupada com o trabalho que as pessoas fazem e o resultado que alcançam do que se estas pessoas se denominam feministas ou não. Muito do trabalho histórico tem descoberto tradições e legados feministas de mulheres que nunca se denominaram feministas, mas nós as localizamos dentro de uma tradição feminista. Eu já vi trabalhos que falam sobre Lélia Gonzalez no Brasil denominando-a feminista e eu não sei se ela se considerava feminista. Tem também mulheres contemporâneas como Benedita da Silva. Eu não sei se ela se identifica como feminista.

AT- A senhora pensa em escrever algo sobre as suas impressões em relação à Bahia?
AD- Eu acho que sim. Mas eu teria de voltar aqui e passar um pouco mais de tempo fazendo uma pesquisa substantiva. Estou bastante impressionada com o ativismo das mulheres em Salvador e, em geral, aqui é um lugar maravilhoso.”

A entrevista está dividida em 3 partes.

http://mundoafro.atarde.uol.com.br/?tag=panteras-negras

Colóquio Muniz Sodré - UFRJ

Colóquio Muniz Sodré debate política e cultura afro-brasileira

Muniz falará sobre Política e Cultura Afro-brasileira

25/10/2012 – quinta-feira

muniz sodre

Muniz Sodr é-  70 anos do jornalista, escritor e professor

Já estão agendadas as palestras do Colóquio Muniz Sodré para o último trimestre do ano que homenageia os 70 anos do jornalista, escritor e professor.   Na próxima quinta-feira, 25 de outubro, Muniz falará sobre Política e Cultura Afro-brasileira.  O encontro é aberto a estudantes de graduação, pós-graduação da UFRJ e de outras universidades, além de público em geral. Acontece no auditório da Central de Produção Multimídia (CPM), das 13h às 15 horas. O evento é promovido pelo Laboratório de Estudos em Comunicação Comunitária (LECC) da UFRJ, que tem a coordenação geral da professora Raquel Paiva.

O Colóquio Muniz Sodré faz parte do Ano Muniz Sodré, iniciado em março e abril com uma semana depalestras e minicursos temáticos. Além da homenagem ao autor, os encontros são formas de compartilhar o acesso ao conhecimento de sua obra, envolvendo estudantes da pós-graduação e da graduação, da UFRJ de outras universidades e público em geral.

A programação também reabre o LECCturas, grupo de leitura, que  este ano é dedicado à obra de Muniz Sodré. A ideia é estabelecer diálogos do público discente da comunidade acadêmica com o pensamento do autor, bem como apresentar as principais temáticas do pesquisador consagrado no campo da comunicação e áreas afins. A programação completa será publicada no site do LECC: www.pos.eco.ufrj.br/lecc.

Sobre o Homenageado:

Muniz Sodré de Araújo Cabral, nascido em 12 de janeiro de 1942, no município de São Gonçalo dos Campos (BA), é o que se pode chamar de um genuíno pensador brasileiro. Autor de 36 livros, Sodré reúne em sua carreira extensa produção acadêmica nos campos da cultura e da Comunicação, o que o consagra como professor e pesquisador. Além disso, possui uma biografia política como jornalista-militante e o trabalho público-administrativo, como presidente da Biblioteca Nacional e diretor da TV Educativa. Sua obra contempla o campo da Comunicação, Literatura, Filosofia, Educação, e reflete as mais diversas temáticas em um conhecimento múltiplo, fruto de sua experiência acadêmica, somado ao aprendizado adquirido na vivência com mestres da sabedoria e da cultura popular.

Serviço:

Colóquio Muniz Sodré/Leccturas:

Política e Cultura Afro-brasileira

Data: 25/10/2012 – quinta-feira

Horário: das 13h às 15h.

Local: Auditório da Central de Produção Multimídia (CPM).

Av. Pasteur, 250 – fundos da ECO/UFRJ.

Quem quiser receber certificado pode se inscrever

Inscrições: semanamunizsodre@gmail.com.

Publicado em Domingo, 21 Outubro 2012 11:09

domingo, 21 de outubro de 2012

Fórum Internacional 20 de novembro Recôncavo

Fórum Internacional 20 de novembro ultrapassa fronteiras do Recôncavo

A edição deste ano de um dos mais importantes eventos da Universidade Federal do Recôncavo da Bahia (UFRB) irá ultrapassar fronteiras brasileiras. Entre os dias 21 e 23 de novembro, o campus de Cruz das Almas, a 146 km de Salvador, será palco do Fórum Internacional 20 de Novembro, com convidados de várias nacionalidades debatendo política, relações raciais, sexualidade, gênero e direito à saúde.


Entre os palestrantes, Ângela Davis, integrante do Panteras Negras e do Partido Comunista dos Estados Unidos, personagem de um dos mais polêmicos e famosos julgamentos criminais da recente história americana; o pró-reitor de Políticas de Ações Afirmativas da Universidade de Washington, Luis Fraga, e; o presidente do Benin e da União Africana, Boni Yayi. Ângela irá participar da conferência de abertura, intitulada “raça, gênero, classe: uma tríade inseparável nas políticas de empoderamento das populações negra”, em 21 de novembro. O presidente do Benin, Yayi, falará sobre o Brasil na diáspora africana. Encerrando o encontro, Fraga discutirá a “equidade e excelência: conceitos complementares”.
O evento contará também com a presença de personalidades artísticas e referências na comunidade acadêmica nacional. A atriz Zezé Mota e o ator e bailarino Luis Miranda irão conversar sobre "O Cinema Negro ou O negro no Cinema". Já o tema “Racismo, Sexualidades e Diversidades” será apresentado pelos professores da UFRB, Osmundo Pinho e Ana Givigi, ao lado deles o professor da Universidad Nacional de Colômbia, Franklim Hernandez.
Para o Pró-Reitor de Políticas Afirmativas e Assuntos Educacionais (PROPAAE), Ronaldo Barros, o evento traz um conjunto de experiências novas, reflexões para pensar políticas públicas não só no Brasil, como também no mundo. “Este é um espaço de reconhecimento da luta do povo negro e de suas maiores lideranças”, afirma o pró-reitor. Em sua opinião, os dez anos de políticas afirmativas no Brasil é um dos temas centrais do Fórum, com a existência de várias mesas para debater o assunto.
A data que dá nome ao evento, Dia da Consciência Negra, é uma celebração da vida de Zumbi dos Palmares, personagem marcante da história brasileira na luta pelo fim do regime escravocrata que durou 358 anos. Formada por 84,3% de afrodescendentes autodeclarados, a Universidade Federal do Recôncavo da Bahia (UFRB) transformou a ocasião em um dos principais marcos do seu calendário. Na programação, o Fórum Internacional 20 de Novembroincluirá ainda o VI Fórum Pró-Igualdade Racial e Inclusão Social do Recôncavo.
Confira a programação parcial do evento.

Raça Etnias - Download

A série de fascículos Adolescentes e Jovens para a Educação entre Pares, do Projeto Saúde e Prevenção nas Escolas (SPE), como o próprio nome indica, é destinada a adolescentes e jovens. Tem como objetivo auxiliá-los(as) no desenvolvimento de ações de formação para
promoção da saúde sexual e saúde reprodutiva, a partir do fortalecimento do debate e da participação juvenil.

Livro Adolescentes e Jovens para a Educação entre Pares em PDF Gratuíto

Com atividades de Oficinas

Oficina 1 - Preconceito e discriminação.................................................................17
Oficina 2 - Que Paí s é esse?...................................................................................22
Oficina 3 - A escola e a discriminação ..................................................................26
Oficina 4 - Diversidades e vulnerabilidades .........................................................34
Oficina 5 - Mídia e racismo ....................................................................................40
Oficina 6 - Desigualdades raciais e políticas de inclusão ..................................46

Seu propósito não é ser apenas mais um conjunto de fascículos, e sim trazer provocações e aprofundar o conhecimento que os(as) adolescentes e jovens têm a respeito de temas presentes em toda a sociedade, e que muitas vezes são tratados de maneira equivocada
ou com preconceitos. Ao mesmo tempo, deseja orientar o trabalho por meio de oficinas, debates e leituras. Pretende, também, provocar reflexões e instigar o diálogo sobre as temáticas do SPE dentro das escolas brasileiras.
Os temas fundamentais destes fascículos são dados pelos eixos de ação do Projeto Saúde e Prevenção nas Escolas, que têm como objetivo central desenvolver estratégias de promoção dos direitos sexuais e dos direitos reprodutivos, de promoção da saúde, de
prevenção das doenças sexualmente transmissíveis, do HIV e da aids, e da educação sobre álcool e outras drogas, com adolescentes e jovens escolares, por meio do desenvolvimento articulado de ações no âmbito das escolas e das unidades básicas de saúde.
O SPE é conduzido, no âmbito federal, pelo Ministério da Educação e pelo Ministério da Saúde, em parceria com a UNESCO, o UNICEF e o UNFPA. Essas instituições constituem o Grupo de Trabalho Federal (GTF) que está encarregado da elaboração de diretrizes,
avaliação e monitoramento do Projeto.

RAÇAS E ETNIAS ADOLESCENTES E JOVENS PARA A  EDUCAÇÃO ENTRE PARES

LINK PARA DOWNLOAD: http://www.unfpa.org.br/Arquivos/guia_racas.pdf

sexta-feira, 19 de outubro de 2012

Cotas Injustas

Injustiça para quem?

 

Sancionada pela presidente Dilma Rousseff, nova lei de cotas evidencia a debilidade do ensino público básico no Brasil, mas representa um grande passo para a luta contra o preconceito racial no país

 

  • Aprovada pelo Senado no início deste mês e sancionada pela presidente Dilma Rousseff na tarde de quarta (19), nova lei de cotas (PLC 180/2008) passa a valer a partir de 2013. A medida que obriga todas as universidades e institutos tecnológicos federais a destinarem 50% de suas vagas a estudantes de escolas públicas e, dentro disso, 25% a candidatos pretos, pardos e índios; evidencia a debilidade do ensino básico no Brasil, mas representa um grande passo para a luta contra o preconceito racial no país.

    O texto começou a tramitar no Congresso no final dos anos 1990 e surgiu com intuito de reformular o sistema de ingresso universal, o vestibular. Mas oprojeto foi sendo modificado com o tempo: na alvorada dos anos 2000, quando o Estado começou a implementar políticas públicas a favor de ações afirmativas, as cotas sociais e raciais passaram a ser a principal bandeira. E não é à toa: o Censo Escolar 2010 realizado pelo IBGE aponta, por exemplo, que o Brasil tem 51,5 milhões de estudantes matriculados na educação básica, sendo 43,9 milhões, estudantes das redes públicas (85,4%). Do número total de alunos que frequentam o Ensino Médio, o Censo mostra que 50,9% deles são pretos ou pardos. No ensino superior público – que possui as mais conceituadas universidades do país - 87,4% dos estudantes são oriundos de escolas particulares. Pretos, pardos e índios variam conforme o estado.

    A historiadora Verena Alberti, coordenadora de documentação do CPDOC (FGV) e professora de História na Escola Alemã Corcovado (que fica no Rio de Janeiro), diz que é a favor das cotas raciais e sociais e explica que a aprovação da lei no Senado representa, sobretudo, uma reparação de uma injustiça histórica. “Agora que o Estado do Brasil é a favor da lei de cotas, está apresentando a responsabilidade de consertar o que estava errado. E muitas vezes a gente pensa que o que estava errado estava assim por herança da escravidão, como se fosse por inércia. Mas é importante ver que o Estado, depois de 1889, instituiu políticas diferenciando a população; estimulando a imigração, o embranquecimento. Nós nunca tivemos leis de segregação racial, mas tínhamos leis que proibiam manifestações afro-brasileiras, até a década de 1920, por exemplo”.

    Alberti, que coordenou um projeto sobre a história do movimento negro no Brasil com base em relatos orais, acredita que a adoção do sistema de cotas não vai enfraquecer o ensino superior brasileiro ou invalidar políticas de melhoria na educação básica pública e acrescenta: “O curioso é que somos orgulhosos da mistura cultural no Brasil, mas quando existe a mistura física, essa miscigenação não é tão valorizada. Continua havendo o preconceito racial. Ainda que raça seja um conceito biologicamente inexistente. Acho que há necessidade de pessoas se acostumarem que negros possam fazer parte das camadas médias da sociedade, porque enquanto isso não acontecer, pessoas vão continuar morrendo devido a crimes motivados por racismo”.  

    Senado aprova PLC 180/2008 em seção realizada no dia 7 de agosto

    Senado aprova PLC 180/2008 em seção realizada no dia 7 de agosto

    O relator do projeto aprovado na Casa, senador Paulo Paim (PT/RS) afirma que o sistema de cotas nacional vai fortalecer o ensino superior em seus dez anos de vigência. “Hoje, ficou comprovado pelas pesquisas que os cotistas têm, na maioria dos casos, notas iguais ou maiores do que os não cotistas nas universidades que já adotam o sistema de cotas [seja ele qual for]. Não tem nenhuma injustiça nisso”. A opinião de Paim não é a mesma do senador Aloysio Nunes Ferreira (PSDB-SP), o único que votou contra a aprovação do PLC na seção deste mês. Segundo ele, o projeto “impõe uma camisa de forças para todas as universidades brasileiras". Além de afetar a excelência do ensino e tirar a autonomia das reitorias acerca do modelo de ingresso.

    A voz das pesquisas

    Apesar da opinião radicalmente contrária apresentada pelo senador Nunes Ferreira, a sociedade parece ser a favor do sistema de cotas, em sua maioria: em pesquisa realizada pelo Datafolha, em 2008, 51% dos entrevistados se disseram favoráveis às cotas raciais; quando a pergunta disse respeito às cotas sociais, 86% das pessoas apoiaram a medida. O apoio popular ganha mais força quando se analisa o desempenho de cotistas em universidades que já adotam alguns sistemas: alunos que entram na universidade por meio de cotas têm notas iguais ou até maiores do que os que utilizam o sistema universal. E os índices de evasão são praticamente os mesmos que os dos alunos não cotistas, se a universidade apresenta algum programa de apoio financeiro aos mais pobres.

    Segundo dados do Instituto de Pesquisa Econômica Aplicada (Ipea), referentes ao biênio 2005-2006, cotistas obtiveram maior média de rendimento em 31 dos 55 cursos  da Unicamp e coeficiente de rendimento (CR) igual ou superior aos de não-cotistas em 11 dos 16 cursos  da UFBA. Os números se repetem em outros casos, conforme alerta a pesquisa elaborada pelo professor Jacques Velloso, da Faculdade de Educação da UnB [disponível aqui].

    “O povo brasileiro não é contrário às políticas de ações afirmativas, nem na sua versão mais polêmica, o programa de cotas. Quem as rejeita são as classes médias e as elites, inclusive intelectuais e alguns veículos de comunicação”, afirma o historiador Petrônio Domingues, professor visitante da Rutgers University (EUA). “São necessárias ações concretas para se enfrentar o problema da exclusão do negro no Brasil, mais do que ‘boas intenções’, retórica política e debates acadêmicos”, acrescenta.

    A antropóloga Yvonne Maggie, professora titular da UFRJ, é contrária à nova lei, porque acha que o governo, dessa forma, quer resolver o problema “a custo zero”. Em artigo publicado em seu blog 'A vida como ela parece ser', Maggie explica que apenas a entrada obrigatória de alunos pobres no ensino público superior não garante seu sucesso, já que o sistema vai continuar não oferecendo o apoio necessário. “Temo por esses jovens mais despreparados. Terão um longo caminho pela frente e não será fácil percorrê-lo. Já são sobreviventes do ensino médio. Já passaram pelas agruras para obter o diploma do ensino básico, cumprindo uma grade de 12 disciplinas em média por ano. Na universidade enfrentarão obstáculos mais pesados. Não há no ensino superior nenhuma preocupação em formar os menos preparados e ajudá-los a adquirir a base necessária para cumprir o currículo enciclopédico que é a regra. Ninguém presta muito atenção, mas sabemos que os mais fracos vão ficando pelo caminho”.

    Imagem de divulgação do 'Novo ENEM'

    Imagem de divulgação do 'Novo ENEM'

    Diferentes sistemas

    Em 2001, o governo do Rio de Janeiro aprovou a leiestadual que instaurava o primeiro sistema de cotas em ensino superior do Brasil: Uerj e Uenf adotaram a medida já no vestibular de 2004. Foi neste ano, aliás, que a UnB anunciou seu próprio sistema de ações afirmativas, seguida da UFBA. Há poucos meses, em votação marcante, o STF declarou o sistema de cotas raciais como constitucional, o que abriu portas para que o PLC saísse de vez da gaveta e fosse levado adiante.

    Evandro Piza, professor da Faculdade de Direito da UnB e um dos responsáveis pela criação do sistema de cotas na UFPR, anuncia que é a favor da nova lei porque ela vai obrigar as universidades que não adotavam qualquer sistema de inclusão social ou racial a passar a fazê-lo, mas se diz crítico com relação a alguns pontos. “A lei em si tem vantagem – impõe políticas de ação afirmativa direto às universidade que foram inertes. Isso é necessário. Porque a universidade é pública. Agora, por outro lado, tem uma coisa que se esquece. O debate qualificado. Cada estado tem uma necessidade diferente, por isso, o debate precisa ser diferente”.

    Piza diz que na Universidade de Brasília, quando o sistema foi implantado, percebeu-se que muitos alunos que ingressavam no ensino superior da região vinham de escolas públicas. Mas se via pouca mistura racial nos corredores. Por conta disso, 20% das vagas dessa universidade são destinadas a pretos, pardos e índios. Na UFPR, o modelo adotado destina 20% das vagas à escola pública e 10% a cotas raciais. “Sou contra as cotas destinadas à escola pública. E isso não é um argumento elitista. Ali se faz um filtro que não funciona sempre. Não pega as pessoas que tiveram chances diminuídas no ensino público, porque só cobra três anos cursados na rede. Na minha opinião, o número de anos tinha que aumentar. Para seis, por exemplo”. Além disso, ele critica o sistema de declaração de renda explicitado na lei, porque é passível de fraude.

    Bem ou mal, a lei sancionada pela presidente Dilma Rousseff manteve o veto ao artigo que dizia respeito ao ingresso de cotistas no ensino superior sem vestibular, por meio da análise do CR obtido ao longo do ensino médio. Ou seja, para ingressar nas universidades públicas brasileiras, que ainda representam o que há de melhor no ensino superior no país, só fazendo o vestibular e tirando boas notas. Independente da cor da pele ou classe social.

http://www.revistadehistoria.com.br/secao/reportagem/injustica-para-quem-a

Alice Melo

24/8/2012