sexta-feira, 26 de julho de 2013

O CINEMA NEGRO E A SEGREGAÇÃO RACIAL

 

MOSTRA OSCAR MICHEAUX: O CINEMA NEGRO E A SEGREGAÇÃO RACIAL

CCBB reúne filmes pioneiros a abordar a segregação racial americana

  • O Nascimento de Uma Nação, de David Griffith, revolucionou a edição cinematográfica, mas defendeu o racismo em 1915

    O Nascimento de Uma Nação, de David Griffith, revolucionou a edição cinematográfica, mas defendeu o racismo em 1915

  • Corpo e Alma, dirigido por Oscar Micheaux, integra a mostra de filmes raciais no CCBB

    Corpo e Alma, dirigido por Oscar Micheaux, integra a mostra de filmes raciais no CCBB

  • O Cantor de Jazz, de 1927, foi o primeiro filme a sincronizar longas falas e cantos às imagens

    O Cantor de Jazz, de 1927, foi o primeiro filme a sincronizar longas falas e cantos às imagens
    Créditos: Divulgação

  • O Nascimento de Uma Nação, de David Griffith, revolucionou a edição cinematográfica, mas defendeu o racismo em 1915

    O Nascimento de Uma Nação, de David Griffith, revolucionou a edição cinematográfica, mas defendeu o racismo em 1915
    Créditos: Divulgação

  • Corpo e Alma, dirigido por Oscar Micheaux, integra a mostra de filmes raciais no CCBB

    Corpo e Alma, dirigido por Oscar Micheaux, integra a mostra de filmes raciais no CCBB
    Créditos: Divulgação

INFORMAÇÕES DO EVENTO
  • Data(s): De 24 de julho a 4 de agosto
  • Horário(s): Conforme programação.
  • Preço(s): Inteira: R$ 4,00 | Meia: R$ 2,00
  • Onde: Centro Cultural Banco do Brasil
    Rua Álvares Penteado, 112, (próximo às estações Sé e São Bento do Metrô) - Centro | Como Chegar >

De 24 de julho a 4 de agosto,o Centro Cultural Banco do Brasil exibe uma coleção de longas-metragens produzidos e dirigidos pelo norte-americano Oscar Micheaux, primeiro negro a lançar um filme “para negros” no país. Além de obras suas, como Corpo e Alma, estão em cartaz outras produções com o tema racial.

O Cantor de Jazz é um dos destaques, considerado um marco da transição entre o cinema mudo e o sonoro ao sincronizar o canto e as falas às imagens (em que um branco faz o papel do cantor negro) e O Nascimento de Uma Nação, do diretor David Griffith.Os filmes, lançados entre 1920 e 1950, foram uma reação à segregação racial nos Estados Unidos e registra o comportamento, a música e os bairros habitados por essa parte da população na época, além das relações com a elite branca.

Quarta-feira, 24 de julho

14h - A Garota de Chicago (70 min | DVD | 14 anos)

16h - O Exílio (93 min | DVD | 14 anos)

18h - Swing! (70 min | DVD | 14 anos)

19h30 -Submundo (98 min | DVD | 14 anos)

Quinta-feira,  25 de julho

14h - Na Sombra de Hollywood (59 min | DVD | 12 anos)

16h - Almas do Pecado (65 min | 35mm | 14 anos)

18h - Sombra da Meia-Noite (54 min | 35mm | 14 anos)

19h30 - Assassinato no Harlem (96 min | 35mm | 14 anos)

Sexta-feira, 26 de julho

14h - O Símbolo do Inconquistado (65 min | DVD | 14 anos)

16h - Marchando! (83 min | 35mm | 14 anos)

18h - Gertie Indecente do Harlem, EUA (65 min | 35mm | 14 anos)

19h30 - O Sangue de Jesus (65 min | 35mm | 12 anos)

Sábado, 27 de julho

14h - Dentro de Nossas Portas (78 min | DVD | 16 anos)

16h - Milagre no Harlem (71 min | 35mm | 14 anos)

18h - A Garota no Quarto 20 (65 min | 35mm | 14 anos)

19h30 - Juke Joint (60 min | 35mm | 14 anos)

Quarta-feira, 31 de julho

14h - Dez Minutos para Viver (58 min | 16mm | 14 anos)

16h - Lua Sobre o Harlem (69 min | 16mm | 14 anos)

18h - O Sangue de Jesus (65 min | 35mm | 12 anos)

19h30 - Corpo e Alma (86 min | 35mm | 16 anos)

Quinta-feira, 1º de agosto

14h - Gertie Indecente do Harlem, EUA (65 min | 35mm | 14 anos)

16h - O Cantor de Jazz (88 min | 16mm | 14 anos)

18h - Os Filhos Adotivos de Deus (75 min | 16mm | 16 anos)

19h30 - Imitação da Vida (111 min | 16mm | 14 anos)

Sexta-feira, 2 de agosto

14h - Swing! (75 min | DVD | 14 anos)

16h - Uma Cabana no Céu (93 min | 16mm | 14 anos)

18h - Desce, Morte! (65 min | 16mm | 14 anos)

19h30 - Aleluia! (109 min | 16mm | 14 anos)

Sábado, 3 de agosto

14h - O Nascimento de Uma Nação (195 min | 16mm | 16 anos)

17h - Dentro de Nossas Portas (78 min | DVD | 16 anos)

19h - PALESTRA (120 min | 14 anos)

Domingo, 4 de agosto

14h - Juke Joint (60 min | 35mm | 14 anos)

16h - Corpo e Alma (86 min | 35mm | 16 anos)

18h - Magnólia (113 min | 16mm | Livre)

Juliana Varella redator(a)

quinta-feira, 25 de julho de 2013

Autor do atentado contra angolanos está foragido

O autor do atentado contra os angolanos no Brás está foragido desde 22 de julho de 2012.
Ajude a encontrá-lo: Procurados da Justiça

Rua Brigadeiro Tobias, 527 - Bairro Luz
CEP 01032-902 - São Paulo/SP - Brasil
Fone: (11) 197
e-mail: procurados@policiacivil.sp.gov.br

Dia internacional da Mulher Negra Americana e Caribenha.

Justiça! QUANDO? JÁ!

 

Zulmira 25 de julho

Cartaz da Página Revolucionários Eternamente - Escritor Geraldo Dantas Poderoso

Vídeo da Televisão Nacional de Angola

A comoção de uma morte por racismo.

terça-feira, 23 de julho de 2013

Homicídios vítimas homens negros entre 15 e 29 anos

Mais de um terço das vítimas são homens negros entre 15 e 29 anos

Dados são de 2011 e constam no SIM do Ministério da Saúde

Vítimas são negros do sexo masculino, com idade entre 15 e 29 anos

Homem, negro, com idade entre 15 e 29 anos. Esta é a descrição da principal vítima de homicídios no país, segundo dados obtidos no SIM (Sistema de Informações sobre Mortalidade), do Ministério da Saúde. Dos 52.198 homicídios ocorridos no Brasil em 2011, 18.387 tiveram como vítimas homens negros entre 15 e 29 anos, ou seja, 35,2% do total.
De acordo com a cientista social Áurea Carolina de Freitas, que integra o Fórum das Juventudes da Grande Belo Horizonte, o fenômeno é consequência de fatores como uma polícia que não respeita os direitos humanos e uma cultura social que não valoriza a vida do jovem negro que mora na periferia das cidades.
— Seria preciso uma mudança radical no Sistema Judiciário, nessa lógica de encarceramento em massa, de ver a juventude negra sempre como um suspeito, que mesmo calado está errado, da prática de primeiro atirar para depois perguntar o que a pessoa está fazendo. Recebemos muita denúncia de pessoas que primeiro apanham, e só depois a polícia pergunta o que está fazendo naquela hora, naquele lugar.
Segundo Felipe Freitas, da Seppi (Secretaria de Políticas de Promoção da Igualdade Racial) da Presidência da República, a persistência da violência contra a juventude negra resulta tanto do processo histórico no País, em que a população negra foi sendo empurrada para as áreas mais pobres e vulneráveis das cidades, como do racismo que ainda persiste na sociedade.

homicidio1
— Essas populações foram empurradas para as áreas mais vulneráveis das cidades, reduzindo suas oportunidades de inclusão e participação na vida social do país. Isto já é um racismo. Mas além disto, temos a persistência desse fenômeno, gerando novas desigualdades. O jovem não consegue entrar no espaço público e ser tratado como igual. Ele é mais facilmente capturado pelo sistema prisional. A culpa desse sujeito é mais rapidamente presumida sem o devido processo legal.
De acordo com a Seppir, há evidências de que a sociedade brasileira tolera mais a morte de negros do que de brancos. Uma pesquisa feita pela secretaria em parceria com o DataSenado, em 2012, mostrou que, para 55,8% da população, a morte violenta de um jovem negro choca menos a sociedade do que a morte violenta de um jovem branco.
Quando ao racismo institucional, existem casos em que os policiais recebem instruções claras de que negros são suspeitos, como ocorreu com uma ordem de serviço da 2ª Companhia de Polícia Militar de Campinas (SP), que orientavam policiais a abordar “especialmente indivíduos de cor parda e negra, com idade entre 18 e 25 anos em grupos de três a cinco indivíduos”.
Quando a notícia circulou pela imprensa, no início deste ano, a Polícia Militar de São Paulo se defendeu dizendo que o objetivo da ordem era atender a um pedido da população local, que reclamava de um grupo de criminosos que atuava na região e tinha, como característica, ser composto por pretos e pardos com idades entre 18 e 25 anos.
Felipe Freitas coordena um plano do governo federal chamado Juventude Viva, lançado no ano passado, com o objetivo de diminuir os assassinatos de jovens negros em 132 municípios prioritários nas 27 unidades da Federação, que, juntos, concentravam 70% dos homicídios contra jovens negros em 2010.
O plano pretende articular diversas ações do governo federal, em articulação com estados municípios e sociedade civil, buscando transformar os territórios onde vivem essas pessoas e dar mais oportunidades de inclusão social à juventude negra.
Entre as medidas do plano, estão sensibilizar a opinião pública sobre a violência contra os negros, implantação de equipamentos de cultura e lazer nas comunidades pobres, redução da letalidade policial e combate ao racismo institucional nos órgãos governamentais.
Por enquanto, o plano só foi lançado em quatro municípios de Alagoas, mas Freitas acredita que o Juventude Viva chegará, até o final deste ano, a 61 municípios de seis estados (Paraíba, São Paulo, Bahia, Espírito Santo, Rio de Janeiro, Pará e Rio Grande do Sul), além do Distrito Federal.
Ele alerta, no entanto, que os efeitos do plano podem demorar a aparecer nas estatísticas de homicídios.
— O funcionamento de um equipamento nas comunidades, como uma praça de esporte, cultura e lazer, por exemplo, tem uma dimensão imediata. A redução da vulnerabilidade já começa a ser sentida. Agora, a redução dos homicídios efetivamente demora mais. Os números de letalidade se revertem com muita lentidão. Não são um movimento rápido.
Outra ação da Seppir para reduzir a violência policial contra a população negra é a defesa da aprovação do Projeto de Lei 4.471, que tramita na Câmara dos Deputados. Ele prevê a adoção de mais transparência na investigação dos chamados autos de resistência, ou seja, as mortes em confrontos com a polícia.

DA AGÊNCIA BRASIL

20 anos da Chacina da Candelária

Após 20 anos da Chacina da Candelária, forma de violência policial mudou, dizem organizações.

Dia 23 de julho 20 anos da Chacina.

candelaria-durante-protesto-

Rio de Janeiro – Nos últimos anos, a forma de violência praticada por policiais mudou. Quem afirma é o assessor de Direitos Humanos da Anistia Internacional, Maurício Santoro. De acordo com ele, apesar de terem ocorrido outras chacinas após a da Candelária, que completa 20 anos na próxima semana, a polícia promoveu “alguns esforços” para tentar modificar a atuação da corporação, como a criação das unidades de Polícia Pacificadora.

“Esse tipo de grande chacina já tem alguns anos que a gente não vê mais. Mas a gente continua tendo, por exemplo, operações policiais muito questionáveis, que matam uma quantidade muito grande de pessoas. Na mais recente delas, no mês passado, no complexo de favelas da Maré, foram dez mortos. Não é a mesma coisa que uma chacina, que é uma execução sumária, um tipo muito mais grave de violência, mas mostra nossa dificuldade em realmente superar a violência como um todo”.

Só este ano, foram registrados até maio, na cidade do Rio de Janeiro, 101 homicídios decorrentes de intervenção policial, segundo dados do Instituto de Segurança Pública do estado. Santoro lembra que a Chacina da Candelária teve grande repercussão internacional, mas é um tipo de crime muito comum, principalmente contra jovens negros e pobres.

“Há uma forte impunidade que ronda esse tipo de crime. E a Candelária nem é o pior exemplo nesse aspecto porque ali, bem ou mal, alguns dos responsáveis foram presos e ficaram alguns anos na cadeia, embora não muitos, porque a Lei de Crimes Hediondos no Brasil é posterior à Chacina da Candelária, então eles não puderam ser julgados por ela. Se tivesse acontecido hoje eles teriam pego penas maiores”.

Depois da Candelária, que teve oito mortos, houve chacinas em Vigário Geral (1993 – 21 mortos), morro do Borel (2003 – quatro mortos), Via Show (2003 – quatro mortos) e Baixada Fluminense (2005 – 29 mortos). De acordo com a Anistia Internacional, todos os crimes foram cometidos por policiais e as vítimas eram adolescentes negros e pobres.

O coordenador de projeto de meninos e meninas de rua da Associação Beneficente São Martinho, Jairo Ferreira, concorda que a violência policial mudou nos últimos anos. “Em relação aos meninos de rua diminuiu bastante, mas a gente sabe que ainda acontece: o policial vai na comunidade, mata crianças e adolescentes e diz que foi o bandido.

A São Martinho prestou assistência psicológica e jurídica aos sobreviventes da Chacina da Candelária na época e organiza as homenagens para lembrar os 20 anos da tragédia. Na manhã de hoje (19) houve uma missa na Igreja, seguida de passeata até a Cinelândia e ontem (19) a tragédia foi lembrada em uma vigília que reuniu familiares das vítimas.

O episódio entrou para a história do país como um dos crimes mais bárbaros contra crianças e adolescentes e ocorreu no dia 23 de julho de 1993. Naquela madrugada, pelo menos 50 meninos e meninas dormiam na escadaria da igreja, no centro da cidade, quando carros pararam em frente ao local e abriram fogo contra o grupo.

O sobrevivente Wagner dos Santos, principal testemunha do caso, sofreu tentativa de assassinato em 1994 e hoje vive na Suíça. Três sobreviventes morreram nos anos seguintes em confrontos com a polícia.

Para o assessor da Anistia Internacional, o caso reflete um problema muito maior da sociedade brasileira. “Há um ponto muito forte que é a incapacidade do estado, a negligência do poder público na proteção desses jovens. O próprio caso da Candelária, para além da chacina, além da violência física daquela noite: que tipo de sociedade é essa em que você tem 50, 70 crianças dormindo na rua, na escadaria de uma igreja? Quer dizer, já tinha alguma coisa muito errada ali, mesmo antes do primeiro disparo ser efetuado”.

19/07/2013 – 14h15

Edição: Denise Griesinger

Akemi Nitahara
Repórter da Agência Brasil

Agência Brasil

domingo, 21 de julho de 2013

Presas africanas abandonadas pelos países de origem

Brasil: Reclusas africanas abandonadas pelos países de origem

Muitas estrangeiras, algumas das quais provenientes de Moçambique e de Cabo Verde, estão abandonadas nas prisões brasileiras sem assistência dos países de origem.

clip_image002 

Maria Cláudia Santos

Atualizado em: 05.09.2012 15:42

No Brasil, várias estrangeiras, algumas das quais provenientes de Moçambique e de Cabo Verde estão abandonadas nas prisões brasileiras sem assistência dos países de origem.
A comissão de direitos humanos da assembleia legislativa do estado de Minas Gerais vai pressionar os consulados dos países de origem de estrangeiras, a maioria da África, presas no Brasil por tráfico internacional de drogas.

De acordo com parlamentares da comissão, as presidiárias não estão sendo assistidas pelas representações diplomáticas dos seus países, ficando assim prejudicadas e gerando custos para os governos de estados brasileiros, como o de Minas Gerais.
O presidente da Comissão de Direitos Humanos de Minas Gerais, Paulo Lamac, relatou que a situação de abandono das presas começou a ser constatada a partir da apuração da denúncia de uma presidiária africana.

"Nós recebemos uma série de solicitações de visitas da comissão de direitos humanos e uma delas foi encaminhada por uma presa natural de Moçambique dizendo das suas dificuldades. Ela está presa há mais de dois anos em Belo Horizonte , na Penitenciária Estevão Pinto, na prisão provisória ainda sem condenação."
"Ela poderia estar respondendo em liberdade provisória, se tivesse assistência. Seria uma liberdade com co-responsabilidade do seu próprio consulado, que é como deveria ser," explica.
De acordo com o deputado mineiro, a partir desse caso, a comissão decidiu investigar a existência de outros similares. Apenas na Penitenciária Estevão Pinto, em Minas Gerais, eles localizaram quatro detidas estrangeiras, duas de Moçambique, uma de Cabo Verde e uma do Paraguai.
"Na nossa visita o relato delas é claro no sentido de estarem prejudicadas, não pelo sistema judiciário ou penitenciário brasileiro. Pelo contrário, elas até dizem que a esperança delas é a justiça brasileira, porque se sentem abandonadas pelo país de origem," afirma. "Elas têm dificuldades de várias ordens, especialmente, nos acompanhamentos que dependem de documentos e informações que venham dos seus países de origem."
Depois de apurações detalhadas dos casos das presas, o deputado explica que os consulados serão chamados à responsabilidade, para impedir que o Brasil continue arcando com as consequências da falta de assistência dada às estrangeiras.   Segundo ele, o estado paga cerca de R$ 2.500 por mês por recluso, que poderia estar em outras condições, inclusive, no país de origem.
"A comissão está, inicialmente, solicitando mais detalhes à Defensoria Pública da União. De posse dos detalhes de cada um dos casos, vamos solicitar aos consulados respectivos que tomem as providências cabíveis."
Enquanto a situação não é resolvida, as estrangeiras contam, na rotina, com a ajuda de parentes de brasileiras presas, com quem se relacionam bem. "Elas buscam fazer amizades com as brasileiras, até porque acabam dependendo das famílias das colegas de presídio para conseguir, por exemplo, algum produto de higiene pessoal."

Fonte: VOA Voz da América

sábado, 20 de julho de 2013

Representantes do movimento negro com Presidenta Dilma

Presidenta Dilma recebe representantes do movimento negro

Presidenta Dilma Rousseff durante reunião com representantes do movimento negro. Foto: Roberto Stuckert Filho/PR

Presidenta Dilma Rousseff durante reunião com representantes do movimento negro. Foto: Roberto Stuckert Filho/PR

A presidenta Dilma Rousseff recebeu na tarde desta sexta-feira (19) representantes do movimento negro. Os temas abordados no encontro fazem parte da agenda do movimento para a promoção da igualdade racial no Brasil. De acordo com a ministra Luiza Bairros, da Secretaria de Políticas de Promoção da Igualdade Racial, um dos principais aspectos da reunião com os movimentos foi a reafirmação do compromisso do governo federal com ações para combater a discriminação racial.

“A presidenta reafirmou que as ações afirmativas e, mais especificamente a das cotas, constituem um elemento central na luta pela promoção da igualdade no Brasil”, disse a ministra. Entre outras medidas, também serão instituídas agendas específicas entre as organizações do movimento negro e o Conselho Nacional de Promoção da Igualdade Racial com alguns ministérios para discussão de temas específicos.

Para Valdeci Pedreira do Nascimento, do Instituto Odara da Mulher Negra, o encontro com a presidenta foi extremamente positivo. “O acolhimento da presidenta foi fundamental… Positivo o movimento sentar, chegar num mínimo de unidade no sentido de apresentar essas proposições, considerando inclusive a reforma política como uma das ações estruturantes e de mudanças relevantes que devem acontecer no nosso país, como também apresentar as avaliações positivas e apontar as negativas e garantir desdobramentos num conjunto de ações que para nós são prioritárias, e ouvir da presidente um compromisso dela em promover a igualdade no país, com todos os desafios que tem”, afirmou.

Edson França, da União de Negros pela Igualdade (Unegro), também avaliou positivamente o encontro e falou a respeito das proposições feitas à presidenta. “Trabalhamos alguns eixos que consideramos importantes, tendo como ponto focal a reforma política”, disse.

Sexta-feira, 19 de julho de 2013 às 19:00

Fonte Blog do Planalto

quinta-feira, 18 de julho de 2013

A visita quase cancelada de Mandela e o Caó.

A vinda de Mandela ao Brasil tem muitas histórias, umas escritas outras só sabidas por quem as viveu. Houve até negros brasileiros que foram à África do Sul contatar Mandela e o CNA. Esta é do quase cancelamento da vinda de Mandela em 1991 ao Brasil.

Mandela Caó

Leonel Brizola, Abdias Nascimento, Nelson Mandela e Caó, no Palácio da Guanabara, durante a visita do líder africano ao Brasil, em 1991

Carlos Alberto Oliveira Santos, ou o Caó, nasceu na Bahia, líder estudantil e comunitário e como jornalista no Rio de Janeiro onde trabalhou no Jornal do Brasil e Veja – foi presidente do Sindicato dos Jornalistas por duas gestões e aproximou-se do movimento negro. Terminando com essa posição sua relação com Partido Comunista Brasileiro o Partidão. Abraçou o Partido Democrático Trabalhista (PDT), de Leonel Brizola, Abdias do Nascimento e Darcy Ribeiro que apresentava “uma política inclusiva do negro na sociedade brasileira”.

Juntou à luta política pela democracia a inclusão do afrodescendente.

Foi eleito em 1982, deputado federal pelo Rio de Janeiro sendo convocado por Brizola então Governador do Rio de Janeiro para a Secretária de Habitação e Trabalho. Tornando-se o primeiro negro a ocupar um cargo de secretário de governo, o que não havia ocorrido no governo Montoro em São Paulo apesar de compromissos de campanha.

Caó conta como foi essa história:

- Acho que em maio, três meses antes da visita de Mandela ao Brasil, na secretaria de Trabalho e Habitação recebi um telefonema de Howard Shapiro, então adido cultural da embaixada americana no Rio de Janeiro. Ele me convidou para almoçar. Fui e ele me perguntou se nós do movimento negro estávamos programando alguma manifestação política quando da vinda do Mandela em agosto. Eu disse a ele que sequer sabia da visita, o que realmente era verdade, e muito menos de um ato político. Aí eu percebi que ele era agente da CIA. Antecedendo à vinda de Nelson Mandela, convidado pela Comissão Legislativa do Senado, os seguranças dele haviam chegado ao Brasil no final de julho para avaliar as condições de estadia e locomoção, como acontece quando da visita de qualquer autoridade ou figura pública mundial. Mas eu desconhecia este fato. Um dia alguém ligou para a secretaria e relatou as condições em que o seguranças dele estavam hospedados: no Hotel Ambassador – Centro do Rio -, sem direito a telefone e frigobar. Eles estavam furiosos e já haviam reprovado a visita de Mandela ao Brasil. Fomos até lá, conversamos com eles e os convencemos a reavaliar a situação e os levamos para outro lugar mais confortável, o Othon, estrategicamente perto da casa do Brizola. Neste meio tempo, viabilizamos meios para a estadia de toda a comitiva. Me orgulho muito disto- , disse Caó.”

Fontes: Wikipédia

Revista Raça

Canal Brasil

Mandela nota a amargura do negro – Brasil 1991

Recortes de Jornais são pequenas cápsulas do tempo. Bom de avaliar o impacto no momento, e sentir o desenrolar dos acontecimentos até os dias de hoje.

A vinda de Mandela foi um impacto no Brasil. Mandela e o CNA vinham buscar apoio á sua candidatura e a garantia de que se fosse eleito assumiria com apoio internacional. O Congresso Nacional Africano e Mandela pouco sabiam da situação no Brasil. Internacionalmente o Brasil vivia sua democracia racial.

Mandela se chocou com a falta de negros em cargos políticos, e empresariais. Era a democracia racial brasileira. Mandela mudou seu discurso...

 

Z

Jornal do Brasil 6 de agosto de 1991

Transcrição de parte do recorte:

“Mandela notou forte sentimento de amargura entre os negros brasileiros.

“Embora reconhecendo que as leis brasileiras contra a discriminação racial são satisfatórias. O presidente do Congresso Nacional Africano Nelson Mandela, disse ontem ter notado forte sentimento de amargura entre os negros que encontrou no Brasil. O comentário de Mandela foi feito com o presidente do Supremo Tribunal Federal (STF), Sidney Sanches, que não escondeu do líder negro a prática do racismo na sociedade.”

Mandela em São Paulo 1991

Mandela chega a São Paulo com 6 horas de atraso.

Jornal Mandela em São Paulo

Abrindo o bau de recortes

No dia 3 de agosto de 1991 Mandela e Winnie chegavam à São Paulo. Vinha como representante de seu partido CNA, procurando apoio para sua eleição à presidência da África do Sul ainda sob o regime do Apartheid.

Foram recebidos pelo então governador de São Paulo Antônio Fleury Filho e seu vice Aloysio Nunes Ferreira (ambos então do PMDB) e também a prefeita Luiza Erundina (então no PT). Presente o representante do Presidente Collor o Ministro Antônio Rogério Magri.

Houve um almoço no Palácio dos Bandeirantes que em função do atraso foi servido às 17 horas. A noite foi ao Ibirapuera (na época sede da Prefeitura) encontrar-se com a Prefeita Luiza Erundina. Depois um Show no Estádio do Pacaembu com Alcione, Martinho da Vila e Sandra de Sá.

Houve conversas de Mandela com sindicalistas e ativistas do Movimento Negro

Mandela completa 95 anos e 41 dias no hospital

Jornaleiro no Soweto Mandela

Alexander Joe / AFP - Getty Images

Um vendedor de jornal mostra a primeira página do Daily Sun local no Soweto, desejando que ao ex-Presidente Sul-Africano Nelson Mandela um feliz 95 º aniversário, comemorado nesse 18 de julho de 2013.

Nelson Mandela faz 95 anos, e completa 15 anos de casamento com sua esposa Graça Machel nessa quinta-feira, mas como comentou a correspondente da CBS News Debora Patta, em comparação com outro aniversário, este ano é um talvez um pouco mais triste.

Hoje também são 41 dias de permanência do ícone Sul-Africano doente em um hospital de Pretória. Um dia em que os sul-africanos estavam ávidos por boas notícias. Relatórios sobre o atual estado de saúde de Mandela variam, mas o governo Sul-Africano disse que os médicos confirmaram suas melhoras.

A filha Zindzi Mandela disse em uma entrevista à televisão no dia do aniversário de seu pai que ele estava fazendo "progresso notável", e que a família estava ansiosa por "tê-lo de volta para casa em breve.”.

Patta ressalta, no entanto, que todas as contas de vir contra o pano de fundo de um fato inalterado: Mandela ainda está em estado grave - embora estável - em sua cama de hospital.

130718-mandeladayb-01.photoblog600

Christopher Furlong / Getty Images

Escolas de todo o país homenagearam, o líder anti-apartheid em reuniões pela manhã, e numerosos grupos de pessoas pediram a voluntários 67 minutos para a caridade para corresponder ao que eles dizem que são os 67 anos que Mandela serviu sua comunidade.

A ONU declarou o dia 18 de julho de 2013 (quinta-feira) o Dia Internacional Nelson Mandela como uma forma de reconhecer a contribuição da Paz vencedor do Prêmio Nobel. Mandela, também conhecido por seu nome de clã Madiba, foi preso por 27 anos sob o domínio da minoria branca e liderou uma difícil transição do apartheid para a democracia, tornando-se presidente nas eleições de mais concorrida de todas em 1994.

"Madiba permanece no hospital, em Pretória, mas os médicos confirmaram que a saúde dele está melhorando", disse um comunicado divulgado pelo gabinete do presidente Jacob Zuma.

"Estamos orgulhosos de termos este ícone internacional sul-africano e desejar-lhe boa saúde", disse Zuma em comunicado. Ele agradeceu aos sul-africanos para apoiar Mandela durante sua hospitalização com "amor eterno e compaixão", e respondendo a um chamado para dar a essa figura amada "a maior festa de aniversário”.

Mandela foi levado para um hospital em 8 de junho para o tratamento de uma infecção pulmonar recorrente. Em anúncios anteriores, o governo disse que ele estava em estado crítico, mas estável. Documentos judiciais apresentados pela família de Mandela no início deste mês tinha dito Mandela estava no suporte de vida e perto da morte, como fontes de notícias CBS disseram privadamente por semanas.

Fontes: AFP / Media & Life

Dia Internacional de Mandela COMEMORE!

"Mandela Day" celebra legado político e 95 anos de líder sul-africano

clip_image002

Cartaz oficial da 4ª edição do evento internacional "Mandela Day" celebrado essa quinta-feira.  mandeladay.com

Há quatro anos, as Nações Unidas, transformaram o aniversário do herói nacional sul-africano no Mandela Day. A data comemorada no 18 de julho em diversos países pretende estimular ações solidárias e homenagear o legado do defensor dos direitos humanos, que é o símbolo da luta contra o Apartheid e o Racismo. A ideia é doar simbolicamente 67 minutos de seu tempo para realizar algo em prol do outro, em referência aos 67 anos que o prêmio Nobel da Paz, advogado e líder negro dedicou à luta pela igualdade.

Nelson Mandela esteve preso por 27 anos, quatro anos depois de ser libertado se tornou o presidente da África do Sul nos anos 90, esta quinta-feira ele completa 95 anos e segue internado em estado crítico para se recuperar de uma infecção pulmonar.

Luiza Duarte

Fonte: RIF

quarta-feira, 17 de julho de 2013

Protestos nos EUA contra o resultado do julgamento

Protestos contra a absolvição de Zimmerman voltam às ruas nos EUA

Veredicto sobre vigia que matou garoto negro Trayvon Martin gerou revolta.
Protestos estão marcados para sábado (20) em 100 cidades dos EUA.

Manifestantes inconformados com a absolvição do vigia branco George Zimmerman, acusado de matar o jovem negro Trayvon Martin, na Flórida, voltaram às ruas de Los Angeles, no estado americano da Califórnia, na noite desta segunda-feira (15).

Milhares de pessoas protestaram contra o resultado do julgamento.

A manifestação começou pacífica nas principais ruas de Los Angeles, mas saiu do controle em vários pontos e houve confrontos com policiais.

Manifestantes atacaram pessoas nas ruas e no trânsito e depredaram lojas.

Treze pessoas foram presas, segundo a prefeitura.

Cerca de 150 pessoas danificaram várias lojas ao tentar se aproveitar da absolvição de George Zimmerman do assassinato de Trayvon Martin em 2012, informou em sua conta no Twitter o prefeito de Los Angeles, Eric Garcetti.

Estigma racial
O resultado do julgamento reacendeu o estigma racial nos EUA, levando o presidente Barack Obama a pedir calma à população.

Milhares de pessoas foram às ruas em Nova York, Los Angeles, Chicago e Atlanta, entre outras cidades, para protestar contra o polêmico veredicto alcançado por um júri composto por seis mulheres (cinco brancas e uma de origem hispânica), que declarou Zimmerman, de 29, inocente da morte de Trayvon Martin, de 17.

Na madrugada de segunda-feira, ao menos seis pessoas foram presas durante um protesto, que foi declarado ilegal pelas autoridades.

Em Nova York outras 15 pessoas foram detidas por conduta desordeira, segundo a polícia, mas foram libertadas no mesmo dia.

Novos protestos
Outros protestos estão marcados para sábado em 100 cidades dos EUA. "Haverá manifestações neste sábado (20) em cem cidades e diante de prédios federais, para pressionar o governo e defender nossos direitos cívicos", anunciou Al Sharpton, líder da Rede de Ação Nacional (National Action Network, NAN), organização de defesa dos direitos cívicos. Ele se declarou confiante de que o governo federal vá rever o caso.

clip_image002

Cartaz diz que o povo considera George Zimmerman culpado da morte do jovem Trayvon Martin. (Foto: Jonathan Alcorn / Reuters)

O julgamento que terminou no sábado (13), em Sanford, centro da Flórida, dividiu o país entre os que acreditam que Zimmerman, um americano de mãe peruana, agiu em legítima defesa e aqueles que pensam que o vigia foi motivado por preconceito racial contra Martin. Zimmerman foi acusado de perseguir e atirar em Martin, que estava desarmado, durante uma briga entre os dois na noite de 26 de fevereiro de 2012.

"É uma vergonha que, em 2013, tenhamos um veredicto que legitima o assassinato de um negro porque se aceita o uso das armas de um civil contra outro", disse à AFP Amanda Hooper, uma jovem estudante de Nova York que estava de visita a Sanford e acompanhou as manifestações na frente do tribunal.

clip_image004

A polícia de Los Angeles prende uma mulher após protesto no Bairro Leimert Park, Los Angeles. (Foto: Jason Redmond / Reuters)

No domingo (14), após a explosão dos protestos, o presidente Obama pediu calma. "Sei que esse caso provocou intensas paixões. No dia seguinte ao veredicto, sei que essas paixões podem se intensificar. Mas somos um estado de direito, e um júri falou", afirmou Obama, em nota à imprensa.

'Supremacia branca'
No ano passado, o caso já havia provocado manifestações em massa em várias cidades do país, que fizeram o presidente desabafar: "Se tivesse tido um filho, ele seria parecido com Trayvon". Na época, Obama convocou um debate sobre o racismo e a lei de armas da Flórida, que ampara a defesa pessoal.

Em contrapartida, o veredicto de sábado foi aplaudido por defensores das armas, por todos aqueles que apoiam a lei conhecida como "Stand Your Ground" (Defenda sua posição, em tradução livre). Essa lei permite o uso de armas por parte de quem se sentir ameaçado de morte.

Até o momento, os moradores da Flórida reagiram com calma. No sermão de domingo, as igrejas incluíram mensagens de paz pelo veredicto, além de pedir que a luta por justiça seja travada nas instâncias adequadas.

Valerie Houston, uma influente pastora da igreja Allen Chapel AME em Goldsboro, o bairro negro de Sanford, citou o líder Martin Luther King em seu sermão de domingo, para lembrar que "a violência (em resposta) à violência apenas traz ódio". Ainda assim Valeria afirmou que, com a decisão judicial, "o dia a dia do meu povo ainda está escravizado pela sociedade da supremacia branca".

Os pais de Trayvon Martin, ausentes durante o veredicto, pediram manifestações pacíficas, citando Martin Luther King e a Bíblia.

clip_image006

Policiais vigiam ruas de Los Angeles. (Foto: Kevork Djansezian / Getty Images / AFP Photo)

'Dúvida razoável'
As juradas que absolveram Zimmerman da acusação de assassinato em segundo grau - com a possibilidade de pena de prisão perpétua - e homicídio culposo - pena máxima de 30 anos de prisão - não explicaram as razões de seu veredicto, porque isso implicaria revelar sua identidade publicamente. O tribunal respeitou a escolha das integrantes do júri de manter o anonimato.

A decisão das juradas se baseou nas 27 páginas de instrução entregues pela juíza Debra Nelson, que incluíam duas seções com uma opção para declarar o réu inocente: uso justificado de força letal e dúvida razoável.

Antes do início das deliberações, na sexta-feira (12), a juíza disse ao júri que, segundo a lei da Flórida, "o homicídio de um ser humano é justificável e lícito, se for necessário, quando se resiste a uma tentativa de assassinato, ou se comete um crime grave em relação a George Zimmerman".

A Flórida é o estado com maior número de pessoas armadas nos EUA.

Durante quase três semanas, as seis integrantes do júri ouviram dezenas de depoimentos que podem ter criado uma 'dúvida razoável'. "George Zimmerman não é culpado, se existe uma 'dúvida razoável' de que agiu em legítima defesa", disse o advogado Mark O'Mara às integrantes do júri na sexta-feira, antes que começassem a deliberar. Ele insistiu nessa tese, quando comemorou o veredicto no sábado à noite.

Morte 'trágica e desnecessária'
No domingo, o Departamento de Justiça lembrou que há um ano continua aberta uma investigação federal sobre o caso e que pretende rever a possibilidade de uma ação civil.

Já o procurador-geral dos EUA, Eric Holder, lamentou a "trágica, desnecessária" morte de Martin. "Independentemente da determinação legal que foi adotada, acho que essa tragédia oferece uma nova oportunidade para a nossa nação falar honestamente sobre os problemas complicados e emotivos que esse caso apresentou", afirmou.

O governo deixou claro que manterá distância da polêmica e que Barack Obama não vai interferir na investigação federal sobre a morte de Trayvon Martin, declarou o porta-voz da Casa Branca, Jay Carney. "Essa é uma decisão tomada pelo Departamento da Justiça, pelos promotores com experiência", afirmou Carney, em sua conversa diária com a imprensa, acrescentando que "esse não é um caso no qual o presidente esteja envolvido".

Fonte G1

terça-feira, 16 de julho de 2013

Stevie Wonder prega boicote à Flórida contra o veredito de absolvição

Stevie Wonder prega boicote à Flórida contra o veredito de absolvição do segurança que matou o jovem negro.

The 2013 BET Awards held at Nokia Theatre - Inside<br /><br />Featuring: Stevie Wonder<br />Where: Los Angeles, California, United States<br />When: 30 Jun 2013<br />Credit: FayesVision/WENN.com

Durante uma apresentação na cidade de Quebec, no Canadá, no domingo, o cantor vencedor do Grammy falou sobre a recente absolvição de George Zimmerman e anunciou que iria boicotar o estado.

Stevie Wonder reagiu ao julgamento de George Zimmerman, considerado inocente do assassinato de Trayvon Martin, de 17 anos, afirmando que não se apresentará no estado da Flórida enquanto a lei "Stand your ground" não for revogada. Essa lei permite o uso de força em auto-defesa, sem a obrigação de se tentar uma retirada antes.
"Eu decidi hoje que enquanto a lei 'Stand your ground" não for abolida na Flórida, eu não vou mais me apresentar lá", disse o cantor, durante um show na Cidade de Quebec, no último domingo. "Na verdade, não vou me apresentar me nenhum lugar do mundo que tenha uma lei semelhante."

Martin foi baleado numa noite de 2012 quando ia para a casa da namorada do pai. Ele estava desarmado e foi morto por Zimmerman, um voluntário no policiamento comunitário, que portava uma pistola e alegou ter suspeitado do rapaz, que usava um casaco com capuz. O adolescente o confrontou ao perceber que estava sendo seguido, e na briga que se seguiu, foi morto. Zimmerman - filho de um americano e uma peruana - foi preso 44 dias após o assassinato e alegou legítima defesa. A corte não permitiu que o tema fosse tratado como caso de racismo, o que estimulou a ira de ativistas negros.
Após o anúncio da absolvição de Zimmerman, milhares de manifestantes de todo o país protestaram contra a decisão do júri que considerou legítima defesa a ação do ex-vigia, que abriu fogo contra o adolescente negro desarmado.

No início de sua sobre o anúncio de três minutos, capturado por um fã no concerto no YouTube, Wonder pediu a seus fãs para se juntar a ele no boicote.

 

No show em Quebec, Stevie Wonder pediu que o público se junte a ele no boicote.
"A verdade é que, para aqueles que perderam a batalha pela justiça, em qualquer lugar do mundo, nós não podemos trazê-los de volta. Mas podemos fazer nossas vozes serem ouvidas. E podemos votar em nossos países mundo afora por mudança e igualdade para todos. Isso é o que podemos fazer."
Wonder não está sozinho em seu protesto. Outros artistas americanos como Nick Minaj, Beyonce, FloRida e Wyclef Jean prestaram homenagem a Martin e criticaram o veredito.

Wonder não é a primeira celebridade a falar da absolvição do pós-veredicto, outros têm artistas tem se preocupado com a absolvição nas redes sociais,mas parece ser o primeiro artista a participar ativamente.

Randee Dawn

Fonte:  NBC News

Absolvição de assassino revolta Comunidade Negra Americana

Norte-americanos protestam contra absolvição de George Zimmerman

clip_image002

Norte-americanos protestam contra absolvição de George Zimmerman (Fibonacci Blue/Flickr/Creative Commons)

Várias cidades norte-americanas foram palco, na noite de sábado (13), de manifestações de pessoas revoltadas com a absolvição de George Zimmerman pela morte de um adolescente negro. Foram registrados episódios esporádicos de violência.

Nova Iorque, São Francisco, Chicago, Washington, Atlanta e Filadélfia foram algumas das cidades onde a população foi para as ruas contestar a decisão tomada no final da tarde de sábado por um tribunal de Sanford, na Flórida, que optou por absolver Zimmerman. Ele matou a tiro um rapaz de 17 anos que estava desarmado.

A morte de Martin ocorreu em uma noite de fevereiro do ano passado, quando Zimmerman desempenhava funções de vigia do seu bairro.

Nas últimas semanas, o julgamento ganhou destaque na imprensa e, no sábado, o veredicto chocou a população, temendo-se uma onda de violência.

Jesse Jackson, um famoso ativista, apelou para todos manterem a calma, por meio do Twitter, onde escreveu: "Evitar a violência, que levará a mais tragédias. Encontre uma maneira de autoconstrução e não de desconstrução neste momento de desespero."

Os pais de Martin também têm participado demanifestações antiviolência, citando ícones dos direitos civis como Martin Luther King ou lendo passagens da Bíblia.

Em São Francisco, centenas de manifestantes marcharam pacificamente, sendo sempre vigiados por um forte esquema policial. Muitos carregavam cartazes com a frase O povo diz: Culpado.

Um grupo de manifestantes que marchava em Oakland, do outro lado da baía de San Francisco, pintou carros com spray e quebrou janelas, segundo imagens divulgadas pela Oakland Tribune.

Em Chicago, aos gritos de Não há justiça, não há paz! Nenhum policial racista!, uma multidão de ativistas promoveu uma ruidosa manifestação no centro da cidade. A Times Square, em Nova Iorque, também foi palco de uma concentração.

Cerca de 200 manifestantes concentraram-se em um parque do histórico bairro negro de Los Angeles e, em Washington, dezenas de pessoas, a maioria jovens afro-americanos, marcharam.

Centenas de pessoas reuniram-se durante todo o sábado em frente ao tribunal em Sanford, Flórida.

Agência Lusa14.07.2013 - 11h53 | Atualizado em 15.07.2013 - 18h18

segunda-feira, 15 de julho de 2013

UNEGRO 25 ANOS DE LUTA

 

Participei no dia 14 de julho de 2013, da comemoração dos 25 anos da UNEGRO na UESP, com muita alegria muita emoção. Com a presença do ex-vereador e ex-deputado Nivaldo Santana, lembrávamos-nos de 1978, quando no gabinete do então Vereador Benedito Cintra, então no PMDB (o PC do B estava ainda na ilegalidade) um outro importante ponto de apoio foi o então vereador de São José dos Campos João Bosco da Silva, formávamos um quilombo com companheiros de todos os partidos contra a Ditadura. A FRENAPO sigla de Frente Negra de Oposição surgia como uma manifestação contra a Ditadura Militar. Na época vereadores em São Paulo e deputados negros eleitos, mudaram de partido para apoiar Paulo Maluf candidato à Governador de São Paulo. Elegemos Franco Montoro em 1 982, e foi uma pá de cal na Ditadura.

Velhas histórias “das antigas” e na continuidade e concretização dos 25 da UNEGRO vejo a continuidade dos sonhos de jovens negros que fomos. Minha homenagem à UNEGRO e à suas realizações.

 

O discurso do presidente Nacional da UNEGRO Edson França:

“Hoje, 14 de julho, a UNEGRO completou 25 anos ininterruptos de luta política contra o racismo. Temos muito a comemorar porque somos artífices das vitórias do movimento negro brasileiro e porque obra que não presta tem grande possibilidade de não sobreviver 25 anos, ou seja, a matéria prima que gerou a UNEGRO é de boa qualidade.
Nossa matéria prima são compreensões de como se estrutura a dominação:
Convicção que o racismo é um fenômeno que deve ser superado, pois não beneficia a humanidade, ao contrário, aprisiona, gera conflitos, divide e vitimiza.
Consciência que a luta de classe e a luta contra a dominação de gênero compõe o triple da luta emancipatória da população negra e do povo brasileiro.
Determinação em não se adaptar ao racismo, ir à luta para sua superação.
Assim a UNEGRO tem enfrentado nesse quarto de século as vicissitudes da luta contra o racismo. Apesar do paradoxo da nossa existência seja a luta para nossa inexistência, hoje reiteramos nosso compromisso com a UNEGRO e fizemos votos de sucesso e longa vida para Entidade, nela depositamos nossas ideologias, trabalhos e sonhos.
Parabéns a UNEGRO!
Parabéns aos unegrinos e unegrinas!
Parabéns ao movimento negro brasileiro!”

domingo, 14 de julho de 2013

Dois Irmãos – RS- lição contra o preconceito

Eleição de Tânia Terezinha da Silva quebra preconceitos
Dois Irmãos será único município do RS a ser comandando por mulher negra

Tânia Terezinha da Silva comandará Dois Irmãos. Clique e veja mais fotos Crédito: Vinicius Roratto

Tânia Terezinha da Silva comandará Dois Irmãos. Clique e veja mais fotos
Crédito: Vinicius Roratto

O município de Dois Irmãos, no Vale do Sinos, 53 anos depois da sua emancipação, entra para a história política do Rio Grande do Sul ao eleger pela primeira vez uma prefeita. A administração da cidade ficará com a técnica de enfermagem Tânia Terezinha da Silva, 49 anos, no mínimo, pelos próximos quatro anos (2013 a 2016). Filiada ao PMDB desde 1995, ela recebeu 9.450 votos dos eleitores no dia 7 de outubro.

O que chama atenção na eleição desta mulher negra e com dreadlocks — forma de se manter os cabelos que se tornou mundialmente famosa com o movimento rastafári —, é que Tânia está em um município onde predominam descendentes de alemães. A escolha coloca a futura prefeita ao lado de políticos negros como Alceu Collares — prefeito de Porto Alegre de 1986 a 1989, governador de 1991 a 1995 e deputado federal por cinco mandatos —, e do ex-deputado estadual Carlos Santos (falecido em 1989), que assumiu por duas vezes interinamente o governo gaúcho em 1967.
Tânia teve uma grande conquista porque, das 35 mulheres eleitas no Rio Grande do Sul, é a única negra, de acordo com levantamento da Federação das Associações de Municípios do RS (Famurs). O Estado tem 497 municípios. Com forte militância na área da saúde e da assistência social, ela conquistou a confiança da comunidade de Dois Irmãos, principalmente na zona rural do município, onde trabalhou nos postos dos bairros São João e Travessão e na emergência que funciona 24 horas.
Além disso, foi eleita três vezes vereadora do município. Em 2008, entrou para a história de Dois Irmãos como a mais votada da cidade, com 2.055 votos. A marca até hoje não foi superada por nenhum candidato. Em 2010, uma nova alegria: foi a primeira mulher a presidir a Câmara Municipal. “Tanto no Legislativo quanto nas unidades de saúde, minha proposta sempre foi resolver o problema das pessoas. Atendia todos e buscava uma solução para o pedido de cada morador da cidade”, comenta.
Para Tânia, é fundamental dar importância ao que as pessoas estão falando e, segundo ela, esse foi o diferencial em 2012. Ela acredita que três paradigmas foram quebrados: o fato de ser a primeira mulher a concorrer à prefeitura, ser negra e divorciada. “A população queria algo novo, forte e diferente. A competência e o trabalho em favor da população de Dois Irmãos transcendeu a cor da pele.”
Tânia recorda que começou a sentir que a vitória estava próxima quando faltavam 15 dias para o pleito. “Os moradores começaram a ligar para o comitê atrás de adesivos e placas para colocar nas suas casas”, lembra.
Na quinta-feira, Tânia reassumiu suas funções no posto de saúde do bairro Travessão. Ela tem dividido seu tempo com os filhos que moram com ela em Dois Irmãos. Pablo e Hohana cursam Biomedicina e Enfermagem, respectivamente, na Feevale. Além disso, trata com o vice-prefeito Jerri Adriani Meneghetti (PP) e assessores detalhes para a posse no dia 1° de janeiro de 2013.
Popularidade de Tânia impressiona
Natural de Novo Hamburgo, Tânia Terezinha da Silva desfruta de uma popularidade impressionante em Dois Irmãos, onde reside desde 1994. Durante um passeio pela Praça do Imigrante, um dos seus locais preferidos no município, onde residem 27 mil habitantes, a futura prefeita agradeceu aos moradores pela votação. “O cabelo é um sucesso, principalmente entre as crianças, que adoram tocar”, conta.
Tanto entre os empresários quanto entre sindicalistas e a população, a expectativa é que a prefeita tenha um olhar igual para todos. O presidente da Câmara de Dirigentes Lojistas (CDL) de Dois Irmãos, Ademir Berlis, ressalta que Tânia já provou que sabe trabalhar e dar atenção à população, como já ocorreu na área da saúde. “Tomara que ela leve esse conceito para a administração pública, porque estamos cansados de gestores seguros demais”, observa.
Segundo ele, a futura prefeita é uma pessoa humilde e de olhar diferenciado. Segundo Berlis, o povo de origem alemã é duro e conservador, muitas vezes, mas é hospitaleiro. “Teremos o governo de uma mulher competente, que alia seriedade e trabalho”, destaca Berlis.
O presidente do Sindicato dos Trabalhadores Rurais de Dois Irmãos e Morro Reuter, Pedro Joãozinho Becker, diz que a entidade sempre defendeu uma maior participação da mulher na administração pública. “Demorou mais de cinco décadas para chegarmos a esse momento de uma mulher no comando da cidade. Estamos torcendo para a gestão dela ser um sucesso”, confidencia.
Passeando na Praça do Imigrante, o aposentado Irineu Eich acredita que Tânia Terezinha terá uma atenção especial e mais humana “com pretos, brancos, pobres e ricos”.
Nos dias de folga, a prefeita eleita gosta de se encontrar com amigos para a tradicional roda de chimarrão e um bate-papo. Igualmente não despreza uma boa música. É fã de Gilberto Gil, Alcione, Maria Bethânia e Gal Costa.
‘Respeita e sabe ouvir’

Na Praça do Imigrante, em Dois Irmãos, um aposentado com um forte sotaque alemão observava com atenção os cumprimentos dos eleitores à futura prefeita e fez o seguinte comentário: “O povo alemão é duro, exigente, mas sabe reconhecer uma Schwarze Frau (mulher negra) que respeita as pessoas e sabe ouvir, o que é o caso da prefeita Tânia Terezinha”.
Fonte: Cláudio Isaías / Correio do Povo

http://www.correiodopovo.com.br/Noticias/?Noticia=472500

sábado, 13 de julho de 2013

A primeira reitora negra do Brasil

 

Ela é negra do Brasil

Nilma Lino Gomes assume a Unilab como a primeira reitora negra do País. Entre tantos desafios, está ampliar as relações internacionais com os países de língua de expressão portuguesa

clip_image001

FOTO SARA MAIA

A professora mineira Nilma Lino Gomes tomou um susto quando foi convidada para ser reitora da Universidade da Integração Internacional da Lusofonia Afro-Brasileira (Unilab) no início deste ano. A proposta veio do colega Paulo Speller, reitor-fundador da primeira universidade internacionalizada do Brasil, fincada no Maciço de Baturité, em Redenção, a 40 quilômetros de Fortaleza. Passada a surpresa, veio a percepção do contexto. Seria a primeira mulher negra no comando de uma universidade brasileira.

“Senti-me honrada e, depois do choque, compreendi que o convite tinha a ver com minha trajetória”, afirmou a reitora Nilma Lino ao O POVO em meados de abril, 20 dias após desembarcar em Redenção. Com um sorriso largo e palavras sob medida, à moda de Minas, a doutora em Antropologia pela Universidade de São Paulo (USP) e pós-doutora em Sociologia pela Universidade de Coimbra aborda as questões em torno do racismo no Brasil, tema que elegeu tanto na academia como pesquisadora, quanto como cidadã. “Pedagogicamente, atuo assim; politicamente, atuo assim. Quando o convite chegou, entendi que tinha a ver com meu perfil. Sou uma mulher negra que atua nas questões raciais”, analisa a reitora sobre o porquê de ter decidido deixar Minas Gerais para morar numa cidade que só conhecia de ouvir falar, e ser reitora de uma universidade que havia de concluir a implantação.

Ao longo de quase duas horas, Nilma Lino conversa sobre o trabalho intenso de conhecer o lugar, a universidade e as pessoas, fala sobre as políticas afirmativas em curso no Brasil e diz que o resultado dessa política pelo menos jogou por terra o discurso mítico em torno da democracia racial no País. A seguir, os principais pontos da entrevista. (colaborou Aflaudisio Dantas)

O POVO - A senhora já conhecia Redenção antes de vir como reitora para a Unilab?

Nilma Lino - Não. Eu sabia da universidade e sabia de Redenção pelo meu colega que foi o primeiro reitor Paulo Speller. Fomos colegas no Conselho Nacional de Educação. Quando cheguei ao Conselho, Paulo estava terminando a gestão dele na Câmara de Educação Superior e sempre falava da universidade e de Redenção. Mas não tinha vindo aqui.

OP - Para a senhora, qual o maior desafio para o processo de consolidação da Unilab?

Nilma - Não sei se teria o maior. Acho que o primeiro desafio é dar continuidade ao trabalho de instalação, de início da universidade, tão nova. Acho que meu grande desafio é dar continuidade e consolidar esse trabalho já iniciado pela gestão do professor Paulo Speller. Outro desafio é nesse processo é ir ampliando e aprofundando cada vez mais esse caráter internacional dessa universidade com os países de língua de expressão portuguesa, em especial os africanos, e com possibilidade de expansão. Nas mais diversas áreas da universidade: pesquisa, ensino, extensão e na própria relação dos professores com a pesquisa. Essa universidade nasce diferente de outras, já nasce com esse caráter de uma determinada forma de internacionalização, que está dentro dessa ideia da Cooperação Sul-Sul, a Cooperação Solidária Sul-Sul e isso é muito novo no Brasil.

OP - Qual o estágio de implantação dos campi da Unilab fora de Redenção?

Nilma - Em São Francisco do Conde, temos um prédio que foi cedido pela Prefeitura do município, já quase que em condições de começar a funcionar. Já temos lá funcionando a Educação a Distância na forma de especialização. Nosso grande desafio agora é implementar cursos presenciais, construir o corpo administrativo e o corpo docente dentro desse campus. Aqui, em Palmares (Acarape), está em processo de construção.

OP - Quando a senhora olha para sua universidade hoje, como analisa o trabalho em torno dessa integração de países, tão diversos, e cuja matriz está assentada na língua portuguesa?

Nilma - Eu me reporto ao dia da posse do vice-reitor, quando estive pela primeira vez em Redenção e na Unilab. Estávamos no anfiteatro, então olhei e vi o público da universidade. Ali estavam professores, pessoas da comunidade, estudantes, técnicos administrativos e a sensação é de encantamento de ver uma diversidade tão grande no mesmo espaço, imbuída de um projeto muito inovador. Quando penso essa diversidade – que é étnica, racial e cultural – estar presente na Unilab me encanta, me desafia. Acho que aqui, temos possibilidades de construirmos relações que podem ser profícuas entre os diferentes e as diferenças. Ao mesmo tempo, com pontos muito comuns. E compreender a complexidade que é a língua de expressão portuguesa, porque ela está localizada historicamente em contextos muito diferentes. E aí, temos algo que nos aproxima que é comum, mas ao mesmo tempo temos particularidades muito intensas.

OP - Como a senhora recebeu o convite para ser reitora da Unilab? O que a levou a aceitá-lo?

Nilma - Fiquei surpresa e honrada. Depois do choque, né? (risos). Compreendi também que isso tem a ver com minha trajetória. Sou professora da Universidade Federal de Minas Gerais (UFMG). Junto com uma equipe de colegas, construí um programa de ensino, pesquisa e extensão chamado Ações Afirmativas da UFMG. Conseguimos ampliar mais a pesquisa sobre temática racial e estávamos ampliando para as temáticas africanas. Sou uma militante em prol da superação do racismo. Pedagógica e politicamente, atuo assim. Sou uma mulher negra que atua nas questões raciais.

OP - O que a Unilab representa no contexto da questão racial e da afrodescendência no Brasil hoje?

Nilma - Sabemos que, muitas vezes, as práticas de racismo que acontecem na sociedade brasileira têm a ver com uma representação muito negativa do continente africano. E uma total ignorância sobre o continente africano. Da sua história, riqueza, luta dos seus povos, orientações políticas mais recentes, e escolhas dos seus governantes. Nós temos hoje um desconhecimento e precisamos conhecer mais, porque é uma forma de superar preconceitos. Eu ignoro sobre, aí preconcebo uma ideia e passo a generalizá-la para todo mundo. O papel da universidade nesse caso, a própria existência dela, a produção do conhecimento que pode ser desenvolvida aqui na universidade é um outro fator importante. Penso nas relações que ela vai construir com a comunidade local, com o próprio Brasil, com o Ceará.

OP - Já é possível mensurar os efeitos das políticas afirmativas sobre as populações negras no Brasil?

Nilma - Elas são muito recentes. Não sei se dá para mensurar, mas acho que dá para fazer algumas reflexões sobre esse processo. Você tem hoje uma discussão muito intensa. Estamos completando dez anos desde que a alteração da Lei de Diretrizes e Bases foi sancionada pela Lei 10.639 de 2003, que é o ensino de história e cultura africana, nas escolas de educação básica. É claro que é uma implementação irregular se formos pensar assim, porque o ideal seria que, depois de dez anos, pudéssemos falar assim: “A educação básica avançou de norte a sul nas escolas públicas e privadas em relação a essa temática”. Não podemos dizer que avançamos na totalidade. Por isso, digo que é uma implementação que ainda acontece de forma irregular em algumas redes de ensino e regiões do Brasil. Uma coisa é certa: desencadeou uma discussão, produção de pesquisa, de material didático e literário. Trouxe questionamentos para formação de professores. Na educação superior, temos uma lei de cotas que hoje vale para as instituições federais de ensino.

OP - A senhora considera que a negação das questões raciais pela sociedade brasileira impediu que as decisões afirmativas fossem tomadas há mais tempo?

Nilma - Tem sim um processo de negação do racismo na nossa sociedade. Vivemos o que toda literatura que trabalha com o tema aponta: um discurso de que todos nós somos muito democráticos. De que temos a democracia racial no Brasil. E essa representação mítica traz uma negação das reais condições da população negra na sociedade brasileira. Na discussão da temática racial, a sociedade brasileira sempre foi acompanhada de demandas históricas do movimento negro. Esse movimento reeduca a si mesmo e reeduca a sociedade no debate da questão étnico-racial. Acho que aí você vai tendo outros legados da luta antirracista. Você vai ver que existem outros movimentos sociais como o movimento de mulheres, movimentos LGBT, movimentos sociais do campo e que começam a introduzir a pauta da luta antirracista. Por isso, falo do papel de reeducar a si mesmo e a sociedade.

OP - Quando a senhora se descobriu negra?

Nilma - Acho que eu sempre soube (risos). Por que sou de uma família do interior de Minas Gerais. Uma família negra que sempre se viu negra. Fui educada para ter orgulho de quem eu sou. Meu pai era um líder comunitário. Já falecido. Tenho muita lembrança do meu pai lutando por melhoria do bairro, por água, ônibus. Um homem negro muito digno. Meu pai tinha uma indignação com qualquer forma de injustiça. Minha mãe, viva até hoje, foi bordadeira, uma mulher muito sábia. Eu venho de uma família em que nós sempre nos víamos negros, convivemos com parte da família que é negra. Sempre fui criada como mulher negra, uma menina negra. O que eu descobri fora desse aconchego familiar foi o racismo! Foi traumático, porque foi na escola, na primeira série. Até já escrevi sobre isso. Tenho um livro sobre a questão de corpo e cabelo como símbolos da identidade negra, que foi minha tese de doutorado. Foi justamente com o contato com a minha estética. Uma colega me xingou de “cabelo de bombril”. Foi o primeiro xingamento racista que ouvi. É racista, mesmo que seja na boca de uma criança, por que ela aprendeu isso em sociedade, a ver o outro dessa forma. Ela reproduziu isso. Lembro que foi o primeiro choque que tive, porque nunca tinha ouvido nenhuma referência negativa ao meu cabelo! Cheguei em casa e levei isso pra minha família, que reage, vai à escola. Comecei a perceber que meus outros colegas negros recebiam xingamentos, esses e outros. Fui compreendendo que a vida não é só a minha família (risos). Fui entendendo que eu tinha que aprender a me defender também. Isso é muito duro. Sobretudo na infância, porque é onde aprendizados começam a acontecer. Quando adultos, aprendemos a nos defender, uns mais, outros menos. Mas a criança está em processo de formação. Daí, penso sempre na importância da escola.

OP - Suas experiências de vida influenciaram de forma definitiva suas preocupações acadêmicas. Como isso se deu?

Nilma - Pela minha vivência mesmo. Minha família negra. Depois, por experiências que comecei a viver como professora da educação básica. Sempre fui professora. Só sei ser professora (risos). Logo que me formei, comecei a trabalhar. Fiz concurso para a rede pública. Desde então, sou professora da rede pública. Tive um pequeno período em que trabalhei no público e no privado. E comecei nesse momento a perceber diferenciações. Não só em relação a mim no tratamento. Era uma escola privada de médio porte. Tive que reeducar os alunos a ter uma professora negra atuando nessas turmas de ensino fundamental. E também atuava numa escola pública onde uma grande maioria dos meus alunos eram negros. Eu era diferente num espaço e era igual em outro. Isso tudo mexeu muito comigo. Conversando com um professor da pós-graduação, eu colocava essas questões para ele, colocava também para uma colega. E as pessoas falavam que esse era um tema que precisava de mais investigação. Era no final dos anos 80, começo dos anos 90, nós não tínhamos a produção que temos hoje sobre relações raciais na educação e em outras áreas. Então, me senti instigada. Era um momento que tínhamos poucos pesquisadores negros que falavam sobre as questões raciais. Como educadora e como mulher negra, falei: “Acho que tenho que uma responsabilidade acadêmica e política”. E comecei a pesquisar sobre professoras negras. Foi meu primeiro trabalho. Fiz um trabalho com a trajetória de mulheres negras professoras e a relação delas com o debate racial e com as crianças, como isso acontecia. Não parei mais.

OP - Como lidar com o racismo entre a população negra?

Nilma - Sempre que me perguntam isso, chamo atenção para uma questão: o racismo é um fenômeno que prejudica todos nós: negros, brancos, indígenas. E para compreender como uma pessoa que é negra pode desenvolver um preconceito contra si mesmo e contra o seu grupo, é o maior exemplo da perversidade do racismo. Como esse fenômeno consegue ser tão estrutural na nossa sociedade e, ao ser estrutural, ele se torna estruturante das nossas relações. E isso impregna na nossa própria subjetividade, que é possível que, quando se está num lugar com referências muito negativas em relação ao seu próprio grupo étnico-racial, é possível que essa pessoa também desenvolva esse mesmo sentido. Por isso que as políticas afirmativas e a afirmação das identidades são importantes. Porque você pode construir um outro ambiente social, outras representações positivas que vão disputar com as representações negativas que estão em curso. Subjetividades inconformistas e rebeldes são aquelas que se indignam com as injustiças, com preconceitos. Acho que vale para a população negra e para a população branca. Mais do que prestar atenção no fato de uma pessoa negra que discrimina uma outra pessoa negra, é entender qual o fenômeno perverso na nossa estrutura que educa as pessoas desse jeito. E mais: se elas são educadas assim, podem ser reeducadas de outra forma, e a ver seu próprio grupo étnico-racial de uma outra forma.

Fonte Jornal O Povo

quarta-feira, 3 de julho de 2013

Zoo humano com atores em vitrinas

Inspirado em exposições humanas que aconteciam na Europa no final do século 19, quando negros, índios e outras minorias eram exibidos como animais em um jardim zoológico.
A diretora alemã Karin Beier e em cartaz em São Paulo no Sesc Pompéia, toma como base colônias de descendentes de alemães no Brasil para forçar o debate sobre tradições, segregação e integração social.
Peça Teatral

CULTURA
Peça teatral questiona preservação de tradições por colônias alemãs
"BRASILIEN.13 caixas", da diretora alemã Karin Beier e em cartaz em São Paulo no Sesc Pompéia, toma como base colônias de descendentes de alemães no Brasil para forçar o debate sobre tradições, segregação e integração social.
Foi lendo sobre a história de Hamburgo, onde dirige a companhia de teatro Deutsches Schauspielhaus Hamburg, que a diretora Karin Beier entrou em contato pela primeira vez com a questão da imigração alemã no Brasil. Na Alemanha, integração de estrangeiros é ponto constante de debate – e analisar o comportamento dos imigrantes alemães no exterior é uma forma de jogar luz sobre o tema.
Beier foi então a Joinville, onde entrevistou diversos descendentes de alemães. Nas entrevistas, as pessoas contaram a história de suas vidas e de seus antepassados. O material serviu de base para o projeto teatral BRASILIEN.13 caixas, em cartaz em São Paulo e que aborda – sempre levantando questionamentos – temas como integração e segregação.
"Queria ver como os alemães se envolveram em outras sociedades", disse Beier à DW Brasil. "O que mais me impressionou é como [parte dessa] comunidade é fechada, mas de uma maneira negativa. Eles estão na sexta geração e não se misturam. Eles mantêm a cultura e a tradição alemã de uma maneira muito limitada. Esse é exatamente o comportamento oposto que nós, alemães, esperamos das pessoas que deixaram a Alemanha."
clip_image004
Elenco de "BRASILIEN.13 caixas" conta com atores brasileiros e alemães
Em meados do século 19, um grupo privado chamado Hamburger Kolonisations-Verein (associação de colonização de Hamburgo) tinha como objetivo ampliar seus negócios levando migrantes ao Brasil em navios que viajavam vazios em busca de matérias-primas.
O movimento migratório deu origem à colônia alemã Dona Francisca, atual Joinville, em Santa Catarina. Hoje, muitos dos descendentes dos fundadores da colônia ainda vivem na região e tentam manter vivas as tradições e crenças de seus antepassados – de forma questionável, na opinião da diretora.
"Chega um ponto em que temos que questionar o conceito de identidade nacional", diz Beier. "O que é interessante é que, em pequenos comentários, e não nas histórias em si, você percebe nuances de arrogância no comportamento dessas pessoas, quase como um sentimento de superioridade."
O espetáculo é construído como uma crítica à preservação – mesmo depois de seis gerações – de tradições que não pertencem mais aos dias de hoje. "Acredito que manter tradições de maneira tão forte em um país estrangeiro é uma atitude tipicamente alemã", opina.
clip_image006
No placo, atores se apresentam como peças de museu
"Conversei com muitos idosos em Joinville e tive a impressão de que eles eram como peças de museu e não pessoas que vivem hoje, no mundo real. Eles conservam algo que não pertence aos dias de hoje. Assim nasceu a ideia de criar uma 'exposição humana' no palco. Essas pessoas não estão apenas em uma vitrine, mas intocáveis em uma espécie de cápsula", explica.
O palco como museu
O espetáculo é dividido em duas partes. A primeira funciona como um museu. A diretora buscou inspiração nas exposições humanas que aconteciam na Europa no final do século 19, quando negros, índios e outras minorias eram exibidos como animais em um jardim zoológico.
O público pode andar entre as caixas e observar os atores. Eles recebem um fone de ouvido e podem escolher o número da caixa que querem ouvir. Os textos foram construídos com fragmentos das entrevistas feitas em Joinville.
"Em um primeiro momento, os atores estão apenas sentados, depois começam a bater no vidro para chamar a atenção dos espectadores. O público decide se quer ouvir diversas histórias de uma mesma pessoa ou passear entre diferentes histórias. Ninguém consegue ouvir tudo, pois as histórias não se repetem", conta.
Em certo momento, os "guardas" do museu pedem que as pessoas tomem seus lugares, dando início à segunda parte do espetáculo. Entre as caixas, uma atriz sobe ao palco e começa o monólogo escrito especialmente para a ocasião pela escritora austríaca Elfriede Jelinek, vencedora do Prêmio Nobel de Literatura de 2004.
A diretora enviou e-mails para a autora sobre as experiências que teve em Joinville e perguntou se ela estaria interessa em escrever um epílogo para o espetáculo.
"A segunda parte é muito importante porque o texto de Jelinek fala sobre a arrogância alemã. Ela está sempre muito interessada em criticar o comportamento alemão. Em alguns pontos, você percebe que o texto foi baseado nesses relatos, mas ela escreve de uma maneira muito livre. O texto é excelente", diz a diretora.
Durante o texto de Jelinek, em um dos momentos finais do espetáculo, crianças de diversas etnias entram no palco. Elas estão curiosas para ver as pessoas dentro das caixas. "Nesse momento, os alemães começam a cobrir os vidros com fotos tipicamente alemãs, fechando-se ainda mais em seu pequeno ninho", completa Beier.
"BRASILIEN.13 caixas" está em cartaz no Sesc Pompeia em São Paulo até 7 de julho. O espetáculo tem previsão de estreia em Hamburgo em janeiro de 2014.
Fontes Diário Digital
DW




























Campanha na África do Sul homenagem a Mandela

África do Sul lança campanha nacional em homenagem a Mandela
No próximo dia 18, data do aniversário do ex-presidente, os sul-africanos devem dedicar "67 minutos de seu tempo" a Nelson Mandela
mandela_bandeira Homenagem
Uma oração ao ex-presidente foi feita em reunião nesta terça-feira no Consgresso Nacional Africano (Foto: AP Photo/Schalk van Zuydam)
Hospitalizado há quase um mês e prestes a completar 95 anos, o ex-presidente da África da Sul e Prêmio Nobel da Paz de 1993,Nelson Mandela, receberá uma série de homenagens no país. O governo lançou uma campanha nacional para que os sul-africanos se inspirem em Mandela e atuem em favor de mudanças positivas. A ideia é que no próximo dia 18, data do aniversário do ex-presidente, os sul-africanos dediquem “67 minutos de seu tempo” a ele, como diz texto da agência pública sul-africana.
Em 2010, a Assembleia Geral da Organização das Nações Unidas (ONU) declarou 18 de julho como Dia Internacional de Nelson Mandela. A data é dedicada aos esforços feitos por ele em defesa dos direitos humanos e da resolução de conflitos e reconciliação. Mandela foi o principal responsável pelo fim do apartheid (regime de segregação racial) no país.
O presidente da África do Sul, Jacob Zuma, disse que o lema das homenagens é “Aja e inspire a mudança. Faça a cada dia um Dia Mandela”. "Madiba [apelido de Mandela que significa O Conciliador] deixa uma marca indelével na nossa sociedade, tendo supervisionado a transição do apartheid para uma sociedade construída sobre os pilares da democracia e da liberdade”, disse Zuma.
O porta-voz do governo, Phumla Williams, ressaltou que Mandela defendeu, ao longo de sua vida, os compromissos com a Justiça, a igualdade e a África do Sul não racial. "Somos lembrados que temos a responsabilidade de promover a liberdade e defender a nossa democracia para honrar os compromissos dele com esses ideais", disse.
Mandela está internado em Pretória desde o último dia 8, em decorrência de uma infecção pulmonar. Nos últimos dias, o estado de saúde dele se manteve estável e crítico, sem alterações, segundo o governo sul-africano. 
Fonte: AGÊNCIA BRASIL








terça-feira, 2 de julho de 2013

Troca de experiências entre refugiados no Brasil

Encontro promove troca de experiências entre refugiados no Brasil

Encontro
22/06/2013 - 17h19
São Paulo – “Tive uma arma apontada para a minha cabeça, na minha casa. O soldado que decidiu não me matar disse: “Agora se manda, que alguém vai vir terminar o serviço”. Fui para o aeroporto e peguei o primeiro avião, que era para o Brasil”. O relato do artista plástico angolano Bantu Tabasisa narra uma situação ocorrida há 19 anos, quando ele precisou deixar seu país de origem em razão de conflitos políticos e buscar refúgio no Brasil. O Comitê Nacional para Refugiados estima que existam, atualmente, 4.336 refugiados no país, dos quais 1.845 estão em São Paulo.
Hoje (22/6), Dia Mundial do Refugiado, 150 pessoas acolhidas no Brasil participaram de uma atividade de trocas culturais no Serviço Social do Comércio. Apesar da dificuldade com o idioma, colombianos, malineses, congoleses, entre outras nacionalidades, apresentaram brincadeiras características de seus países. Uma jovem congolesa ensinou uma atividade similar ao cabo de guerra, mas que, no Congo, é feita com os próprios participantes.
O grupo que participou das atividades é atendido pela Cáritas Arquidiocesana de São Paulo, que mantém um centro para acolher refugiados no centro da capital paulista. “São populações que chegam muito fragilizadas do processo de transição, seja pelo conflito no país de origem ou pelo próprio percurso. Quando chegam aqui, a dificuldade inicial é a questão da língua”, explicou Maria Cristina Morelli, coordenadora do centro.
Além da assistência social prestada aos refugiados, o centro orienta e presta serviços na área jurídica e de saúde mental. “Muitas vezes, eles chegam e nem sabem que estão no Brasil. As dificuldades são muitas”, apontou. Morelli destaca que a ação inicial é orientá-los a regularizar a situação de refugiados, o que os possibilita obter os direitos da cidadania brasileira. “Quando iniciam o processo, eles adquirem um visto provisório que os permite trabalhar, por exemplo. Eles tiram Carteira de Trabalho e CPF [Cadastro de Pessoa Física]”, explicou.
Foi o que aconteceu com o colombiano Pedro, 40 anos, que pediu para ter o sobrenome omitido. Os conflitos armados no país dele o tornaram perseguido político. “Vim em busca de trabalho. Trouxe minha filha. Agora estamos bem. Pretendo voltar ao meu país, mas só para passear e visitar minha família. Minha mãe pergunta muito se não vou voltar”, declarou. Ele está no país há cinco anos e trabalha como auxiliar de limpeza.
A Agência das Nações Unidas para Refugiados estima que 45,2 milhões estejam deslocadas em todo o mundo, segundo dados de 2012. No último ano, o número aumentou em cerca de 2,3 milhões, na comparação com 2011. A maioria deles vêm de cinco países: Afeganistão, Somália, Iraque, Síria e Sudão. No Brasil, a Angola lidera em número de refugiados, seguida pela Colômbia e Congo.
Camila Maciel
Repórter da Agência Brasil

Fonte Agência Brasil